Quarta, 01 Março 2023 16:19
PROTEGER A AMAZÔNIA

Roberto e Erasmo, líder indígena e seis projetos ganham Prêmio Nobel Verde

A preservação da Amazônia é um dos desafios mais urgentes do Brasil para a proteção do planeta e da própria existência humana A preservação da Amazônia é um dos desafios mais urgentes do Brasil para a proteção do planeta e da própria existência humana Foto: Adriano Gambarini

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

O cantor Roberto Carlos e seu parceiro falecido em novembro de 2022 Erasmo Carlos (in memorian) receberam na última segunda-feira (27/2), no Teatro Amazonas, em Manaus, a primeira edição do prêmio Nobel Verde (por sua canção Amazônia, de 1989), a primeira versão do United Earth Amazônia. Além dos dois artistas foram homenageados também um líder indígena e seis projetos na área de responsabilidade socioambiental e governança. 

"Nós, como trabalhadores e trabalhadoras urbanos apoiamos esta iniciativa pois é muito importante sempre colocar na ordem do dia a questão ambiental. Preservar a Amazônia e demais florestas é proteger o nosso próprio planeta e a nossa existência, pois sem estes biomas não podemos existir. Queremos debater também a transição energética e defendemos um projeto de sustentabilidade que possa garantir a sobrevivência das pessoas, garantindo emprego, educação, saúde, remédios e qualidade de vida. O estado brasileira precisa retomar a floresta que tem sido devastada e combater o garimpo ilegal que insiste em permanecer nas áreas de preservação ambiental e nas terras indígenas", avaliou a diretora da Secretaria de Meio Ambiente do Sindicato dos Bancários do Rio, Cida Cruz. 

Canções sobre ecologia

A dupla incluía canções de defesa do meio ambiente em seu repertório ainda nos anos 70, época em que poucos artistas, como era o caso de também Tom Jobim, tinham canções com o tema da ecologia. Faixas como O ano passado, As Baleias e O Progresso, fizeram sucesso na voz do cantor brasileiro mais popular. Já a música Águia Dourada, do disco de 1987, além do apelo ecológico, faz exaltação dos povos indígenas na letra que diz: “Mostra a esse povo civilizado que todo índio sabe viver com a natureza sempre ao seu lado, e olhando o céu, pode ver que o vento sopra e a chuva cai, as nuvens passam e você vai, asas abertas, força e coragem vão nesse rumo de paz”.

Roberto lembrou de Erasmo ao receber o prêmio e cantou a música que concedeu a merecida homenagem à dupla de compositores “Amazônia, insônia do mundo. Todos os gigantes tombados deram suas folhas ao vento. Folhas são bilhetes deixados, aos homens do nosso tempo”, entoou.

 “Mata a diversidade, a Terra, mata tudo”, declarou,

Líder indígena

O líder indígena de Rondônia, Almir Suruí, do povo Paiter Suruí, também foi premiado por seu projeto “O Renascer da Floresta”.

“Quando vimos aproximadamente 400 caminhões com madeira de nossa terra, decidimos que tínhamos de plantar de novo”, explicou.

Papa ecológico

Este mês, o Papa Francisco fez a defesa do meio ambiente, dizendo que “jogar plástico no mar é criminoso e citou a música de Roberto e Erasmo, As Baleias, cuja letra fala de crianças, netas de um pescador de baleias, sobre o animal num tempo futuro em que o maior mamífero do planeta estaria extinto. 

“Jogar plástico no mar mata a diversidade, a Terra, mata tudo”, declarou o pontífice. 

 

Projetos de Responsabilidade Socioambiental e governança premiados

 1 - “Vaga-Lume”, na área Educacional, desenvolvido para atender as crianças das comunidades rurais da Amazônia

2 - “Sataré-Mawé, projeto de Eco-Etnodesenvolvimento que busca a independência econômica por meio da bioeconomia sustentável do guaraná pelas comunidades do Amazonas; 

3 - “Sakaguchi Agroflorestal”, projeto de aprimoramento e disseminação do agroflorestal gerando desenvolvimento social e econômico da comunidade de imigrantes japoneses e da região; 

4 - “Braziliando”, projeto que desenvolveu a integração entre turistas e os povos tradicionais da Amazônia por meio da inovação em tecnologia de turismo de base comunitária;

5 - “Rede Mulheres do Maranhão”, projeto que promove a inclusão social e econômica por meio do empoderamento das mulheres para o empreendedorismo a partir do cultivo e subprodutos do babaçu;

6 - “Projeto Pamine – Renascer da Floresta”, desenvolvido pela comunidade indígena Paiter Suruí para devolver à floresta o que dela for retirado.

 

Mídia