EXPEDIENTE DO SITE
Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
A Petrobras anunciou que, a partir desta quarta-feira, dia 1º de março, reduzirá os preços de gasolina e diesel para as distribuidoras. O preço médio de venda de gasolina A para as distribuidoras passará de R$ 3,31 para R$ 3,18 por litro, que representa uma redução de R$ 0,13 por litro, queda de 3,92%.
Reoneração
A parcela da Petrobras no preço ao consumidor será, em média, R$ 2,32 a cada litro vendido na bomba. Já para o diesel haverá uma redução.O preço médio de venda da Petrobras para as distribuidoras passará de R$ 4,10 para R$ 4,02 por litro, o que representa uma redução de R$ 0,08 por litro (-1,95%). Neste caso, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor será, em média, R$ 3,62 a cada litro vendido na bomba.
Apesar da direção da estatal negar que a redução tenha haver com a decisão do Ministério da Fazenda – a equipe econômica discutiu ao longo da semana uma saída para resolver o impacto com perda de receitas pelos governos federal e estaduais. A isenção de impostos aos combustíveis foi feita na gestão anterior, segundo o ministro Fernando Haddad, com fins eleitoreiros para segurar os preços nos postos de gasolina e a inflação no período que antecedeu o pleito de 2022, tese admitida pela maioria dos especialistas.
A desoneração foi estendida no início do governo Lula e o prazo terminou nesta terça-feira (28). Os tributos que voltam a ser cobrados sobre esses combustíveis são: PIS, Cofins e Cide.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu, com sua equipe, voltar a partir de março com a cobrança de 75% de tributos sobre a gasolina e de 21% sobre etanol para reduzir as perdas na arrecadação.
Gasolina em dólar: até quando?
Apesar do esforço do governo para evitar novas altas dos combustíveis sem perda de arrecadação, o impasse na política dos preços da gasolina, etanol e diesel e sua relação direta com a inflação e, consequentemente com a alta dos juros praticada pelo Banco Central, continua a ser uma dor de cabeça e um desafio para o governo.
De um lado, o mercado, ecoando sua cantoria na grande mídia de que é preciso manter a Política de Paridade Internacional (PPI) inaugurada no governo Temer, atendendo aos interesses dos bancos e especuladores nacionais e estrangeiros, alguns dos principais acionistas da Petrobras. Mas na outra ponta deste imbróglio está o povo brasileiro que sofre com a alta dos preços dos alimentos puxadas pelo preço do Diesel – razão da redução de seu preço pela Petrobras e manutenção da isenção pelo governo para o combustível utilizado pelo transporte rodoviário – e a classe média, sempre muito penalizada pelos altos impostos e a alta dos combustíveis. Cedo ou tarde, o governo terá de enfrentar o rentismo e acabar com o atual modelo da Paridade Internacional. A ciranda financeira vai chiar, as ações da Petrobras podem, num primeiro momento, cair e a mídia vai criticar. Mas não há como os brasileiros continuarem pagando em dólar o combustível no mercado interno só para manter a farra especulativa dos dividendos de meia dúzia de bilionários. É pagar para ver.