EXPEDIENTE DO SITE
Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
Com informações da Contraf-CUT
A crise econômica se arrasta no Brasil e o rendimento médio mensal do trabalhador brasileiro está estagnado desde 2012, ou seja, uma década praticamente sem crescer nada. A média do ganho mensal cresceu só 1,3% em dez anos, apesar de a inflação oficial no país ter acumulado alta de 81% no período.
No ano passado, a situação ficou ainda pior, com a renda caindo 1% em relação a 2021. A redução foi constatada na edição mais recente Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (28).
Segundo o levantamento, cada trabalhador recebeu, em média, R$ 2.715 por mês no ano passado, que representa R$ 28 a menos do que em 2021.
Desemprego
Ainda segundo o a pesquisa do IBGE, o Brasil encerrou 2022 com cerca de 10 milhões de trabalhadores desempregados. Isso corresponde a uma taxa de desemprego média de 9,3%. O índice representa uma redução de 3,9 milhões no número de desempregados em comparação com 2021, queda de 27,9% de no ano, em função da relativa recuperação da normalidade após o pico da pandemia da covid-19.
Antes da crise
Em 2014, ainda no governo Dilma Rousseff, o mercado de trabalho chegou a atingir, antes da crise econômica, o menor contingente de desocupados da série histórica da Pnad No entanto, o número de pessoas em busca de trabalho está 46,4% mais alto do que em 2014, quando o mercado de trabalho tinha o menor contingente de desocupados da série histórica da Pnad Contínua: 6,8 milhões.
No ano passado, 56,6% das pessoas com idade para trabalhar estavam ocupadas. Em 2013 e 2014, eles representavam 58,1%. Cerca de 24,1 milhões de pessoas consideravam-se subutilizadas em 2022. Em 2014, o número era bem menor: aproximadamente 15,6 milhões de pessoas.
O número de "desalentados” (pessoas que desistiram de procurar trabalho) em 2022, 4,3 milhões de pessoas, foi quase três vezes maior do que era em 2014: 1,5 milhão.
Mercado informal
A pesquisa revela ainda outro drama social. O total de ocupados chegou a 98 milhões, maior média anual da série, com crescimento de 7,4% sobre 2021, fenômeno que ocorreu no mundo inteiro, em função do maior controle sobre a pandemia e a chamada “demanda de consumo reprimida”. No entanto, por trás do número absoluto de ocupação no mercado de trabalho está o crescimento exponencial do número de trabalhadores sem carteira assinada no setor privado (12,9 milhões), crescimento maior do que o de trabalhadores com carteira (35,9 milhões), com os respectivos aumentos de 14,9% e 9,2%.
O número médio de trabalhadores por conta própria subiu 2,6%, para 25,5 milhões. Por sua vez, os empregados no setor doméstico, onde predomina a informalidade, aumentou 12,2%, somando 5,8 milhões.
A taxa média de informalidade oscilou de 40,1%, em 2021, para 39,6%. Mas fica acima das taxas registrada em 2016 (38,6%) e mesmo em 2020 (38,3%).