Quinta, 16 Fevereiro 2023 17:21
O DEBATE CONTINUA

Projeto de deputado do PT quer limitar juros no cartão de crédito

Proposta de Lindbergh Farias limita a taxa em 8% ao mês
No Brasil, os bancos praticam juros no cartão de crédito que vão de 400% a 875%, os maiores do mundo. Nos EUA não passam de 17% ao ano No Brasil, os bancos praticam juros no cartão de crédito que vão de 400% a 875%, os maiores do mundo. Nos EUA não passam de 17% ao ano

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

Com informações da Contraf-CUT

A repercussão do embate sobre as altas juros no Brasil – as maiores do planeta – após o presidente Lula criticar a Selic (taxa básica) mantida pela gestão do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em 13.75% ao ano - continua na sociedade e no meio político. Um Projeto de Lei (PL) que limita os juros do cartão de crédito em 8% ao mês foi apresentado à Câmara dos Deputados, nesta quinta-feira (16), pelo deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ).

Maiores juros do mundo

Os juros rotativos do cartão no Brasil chega a 400% ao ano, chegando em alguns casos a 875% anuais. Só para se ter ideia, nos EUA, com a crise gerada pela guerra na Ucrânia e o bloqueio econômico contra a Rússia, chegou a 17% ao ano, a maior taxa em 25 anos, o que para o consumidor americano já é um absurdo.
“O projeto limita os juros ao máximo de 8% ao mês. Nossa campanha #JurosBaixosJa está só começando. Não podemos aceitar juros de mais de 400% ao ano”, explicou Lindbergh.
O PL 574/2023 se baseou em resolução do Banco Central de 2019 que, ao regular os juros do cheque especial, derrubou a taxa de mais de 300% para cerca de 150% ao ano. “No entanto, os juros do cartão de crédito seguem em patamar abusivo de mais de 400%”, criticou o parlamentar petista.

Famílias e empresas endividadas

Para o secretário de Relações do Trabalho da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Jeferson Meira, o Jefão, “o projeto é fundamental para o Brasil, e a proposta se soma à campanha da categoria bancária por juros baixos que promoveu protestos em todo o Brasil na terça-feira”.

 “Precisamos de juros baixos já, para que o país saia do atoleiro, volte a produzir e gerar emprego e renda, e esse projeto fortalece essa nossa luta”, completou o sindicalista.

O presidente do Sindicato dos Bancários do Rio José Ferreira destacou a importância da mobilização dos trabalhadores para o país praticar juros compatíveis com os do mundo capitalista.

“A prática dos mais altos juros do mundo só enriquece aos banqueiros e especuladores e inviabiliza a retomada do desenvolvimento econômico, endividando mais de 62 milhões de brasileiros e 30% das empresas, especialmente os micros, pequenos e médios empreendedores, que são os que mais geram empregos no Brasil. Vamos continuar com esta campanha”, disse.

Sindicatos protestam

Na última terça-feira (14), os bancários do Rio participaram de um protesto dos movimentos sindical e social em frente ao prédio do Banco Central, na Avenida Presidente Vargas, no Centro do Rio. A manifestação foi foi contra os altos juros praticados pela gestão de Roberto Campos Neto a frente da instituição e pelo fim da chamada “autonomia” do BC, criada pelo então ministro da Economia do governo Bolsonaro, Paulo Guedes, que tirou do governo o controle sobre a política monetária e de juros. O debate tomou corpo após o presidente Lula criticar a manutenção da Selic em 13,75% pela gestão de Campos Neto a frente do BC.

Acompanhe o andamento do PL no link da Câmara dos Deputados

https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=2348938 

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