Quinta, 16 Fevereiro 2023 16:36

Com novo governo, Fundo Amazônia recebe R$ 3,3 bilhões para a preservação da floresta

Marina Silva, Mercadante e Sônia Guajajara no anúncio da retomada do Fundo Amazônia, paralisado desde 2018 por Bolsonaro Marina Silva, Mercadante e Sônia Guajajara no anúncio da retomada do Fundo Amazônia, paralisado desde 2018 por Bolsonaro

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Foto: Agência Brasil

Imprensa SeebRio

Depois de quatro anos criminosamente paralisado pelo governo Bolsonaro, o Fundo Amazônia voltou a funcionar, com investimentos públicos do Brasil e de outros países. O mecanismo beneficia o mundo ao proteger a floresta tropical do desmatamento e do agravamento da crise climática. Além da Noruega e da Alemanha, EUA, França e Espanha também querem fazer parte.

Para Cida Cruz, diretora da Secretaria de Meio-Ambiente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, o retorno do fundo é a volta de uma política ambiental brasileira forte em defesa da floresta e dos povos indígenas. Na última quarta-feira (15/2), ocorreu a cerimônia de reinstalação do Comitê Orientador do Fundo Amazônia (Cofa), realizada na sede do BNDES, no Rio de Janeiro. O comitê estava parado desde 2018.

R$ 3,3 bilhões já chegaram

Numa entrevista coletiva, durante a retomada do Cofa, o presidente do BNDES, Aloísio Mercadante, disse que o fundo já recebeu R$ 3,3 bilhões em doações, como R$ 1 bilhão proveniente da Noruega e R$ 200 milhões da Alemanha. No total, o fundo, gerido pelo BNDES, acumula R$ 5,4 bilhões, com R$ 1,8 bilhão já contratado. Adiantou já terem sido liberados R$ 853 milhões para operações de comando e controle coordenadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), R$ 253 milhões para ordenamento territorial e R$ 244 milhões para ciência e tecnologia.

Em processo de retomada, o Fundo Amazônia pretende financiar projetos de proteção a povos indígenas, de controle do desmatamento, combate ao garimpo ilegal e promoção do ordenamento territorial da região, afirmou o presidente do BNDES. Mercadante acrescentou que o grande desafio é sair do modelo predatório para o modelo de desenvolvimento sustentável na Amazônia. “E, para isso, nós precisamos de projetos estruturantes que impulsionam uma nova dinâmica, uma nova indústria, uma agricultura de baixo carbono, uma recuperação de pastos degradados. Esse é o grande objetivo estratégico do governo e do fundo. São 28 milhões de pessoas que precisam ter formas alternativas de vida, quando nós vamos combater, de forma implacável, o processo de devastação e destruição da Amazônia”, disse.

Para a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, o dia de hoje foi histórico. “É muito importante e necessário retomar o Fundo Amazônia para que a gente possa atender e tirar os povos indígenas dessa emergência em que a gente se encontra, depois desses quatro anos de abandono do governo federal”, disse a ministra, acrescentando que os povos indígenas são responsáveis pela proteção de 82% da biodiversidade mundial.  

Desenvolvimento sustentável

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que o governo recebeu sinalização de interesse da França, da Espanha e da União Europeia de doarem recursos. Na última semana, os Estados Unidos também manifestaram interesse em participar. Para a ministra, o interesse de doadores de peso mostra a volta da política ambiental brasileira, com participação e ações da sociedade civil, da comunidade científica e dos governos dos estados e municípios. O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, destacou que o fundo irá apoiar no reflorestamento de assentamentos na Amazônia. E também de áreas ilegalmente desmatadas nos últimos quatro anos.

 

 

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