Quinta, 16 Fevereiro 2023 09:44

CBF vai punir com mais rigor racismo em competições nacionais

Parte da torcida gremista entoou cânticos racistas contra o goleiro Aranha, num jogo contra o Santos, em 2014. Uma torcedora foi banida dos estádios e demitida de seu emprego, respondendo na Justiça pelo crime de racismo Parte da torcida gremista entoou cânticos racistas contra o goleiro Aranha, num jogo contra o Santos, em 2014. Uma torcedora foi banida dos estádios e demitida de seu emprego, respondendo na Justiça pelo crime de racismo

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

Uma ótima notícia na luta contra o racismo no Brasil vem da CBF (Confederação Brasileira de Futebol). A entidade anunciou, através de seu Conselho Técnico, em reunião realizada na última terça-feira (14), que vai adotar punições mais severas em caso de racismo nas competições nacionais.

Gramados e arquibancadas

As medidas serão tomadas tanto em relação a atletas quanto aos torcedores. O Secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) Almir Aguiar elogiou a decisão.

“O futebol brasileiro, que tem na história um negro como o melhor jogador do mundo de todos os tempos, Pelé, e tantos outros, como Didi, Garrincha, Leônidas , Jairzinho, os goleiros Barbosa e Jefferson e mais recentemente Vinícius Júnior, este vítima de racismo na Europa, não pode tolerar ofensas racistas de torcedores, como ocorreu algumas vezes na torcida do Grêmio e nem de jogadores. Estas pessoas não só precisam ser banidas dos estádios e dos gramados como devem responder criminalmente. Racismo é crime”, destacou.

O caso do Grêmio

O Grêmio foi denunciado pela Procuradoria do Tribunal de Justiça Desportiva do Rio Grande do Sul (TJD-RS) por uma música cantada com termos racistas num Gre-Nal, em março do ano passado. A denúncia foi feita com base em um vídeo que viralizou nas redes sociais, ainda no dia do clássico. Em outro episódio o então goleiro do Santos, Aranha, foi vítima de ofensas racistas por parte dos torcedores gremistas, em 2014, num caso que teve repercussão internacional. Na época, o  Clube divulgou nota condenando a prática e prometeu excluir torcedores identificados em atos racistas dos estádios, mas novos casos se repetiram. O Tricolor gaúcho foi enquadrado no artigo 243-G do CBJD (Código Brasileiro de Justiça Desportiva), que fala sobre a prática de "ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência".  A própria torcida do clube e a direção do Grêmio iniciaram uma campanha contra o racismo, pedindo a punição dos criminosos. 

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