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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
Com informações da CUT
O Brasil possui uma das regras tributárias mais injustas do mundo. Quem ganha menos, o trabalhador assalariado no consumo e a classe média em folha, paga mais imposto e os mais ricos pagam, proporcionalmente, menos. O governo Lula estuda mudar essa tributação “regressiva” e até desonerar quem ganha menos, isentando do Imposto de Renda (IR) os trabalhadores que ganham até dois salários mínimos (R$ 2.604). O presidente eleito tem pressa e pode promover a mudança através de Medida Provisória (MP).
A equipe do ministro da Fazenda Fernando Haddad debate a proposta de reforma Tributária que será encaminhada para análise e votação no Congresso Nacional ainda no segundo semestre deste ano. A proposta beneficiaria 28 milhões de brasileiros que ganham até R$5 mil. Mas Lula quer mudanças mais rápidas.
Como está hoje
Atualmente, a tabela do Imposto de Renda permanece a mesma desde 2015, quando ainda no governo Dilma Rousseff, houve a última correção. A tabela atual prevê isenção para quem ganha até R$ 1.903,98. Ou seja, com o passar dos anos e dado os reajustes salariais, quem ganha a partir de um salário mínimo e meio já tem descontos do IR na folha de pagamento. Após dois anos de governo de Michel Temer e quatro de Bolsonaro, o “leão” da Receita Federal foi impiedoso com os trabalhadores, que pagaram mais impostos porque os governos não fizeram a devida revisão.
No último ano de correção, quem ganhava até 2,4 salários mínimos – R$ 788 à época – era isento do IRPF
As propostas na mesa
Uma das opções estudadas para a isenção pretendida pelo governo é a correção simples da tabela, alterando a faixa de isenção para o valor de dois salários mínimos.
A faixa passaria dos atuais R$ 1.903,98 para R$ 2.604. Duas ideias estão na mesa: A primeira, corrige toda a tabela beneficiando quem ganha mais de dois salários e a segunda contemplaria com isenção de IR apenas quem ganha até dois salários mínimos. No caso da segunda opção, a isenção para o trabalhador seria efetivada na declaração de ajuste do IR, apresentada pelos trabalhadores à Receita Federal, todos os anos. A diferença paga voltaria ao trabalhador por meio da restituição no ano seguinte.
A equipe econômica de Lula estuda uma forma avaliando o impacto da perda de receita, estimada em R$ 10 bilhões.
Na avaliação do governo, tributar os mais ricos só será possível a partir de 2024, de acordo com a regra de anterioridade do imposto de renda. Por essa regra, uma medida de aumento do IR só pode entrar em valor no ano seguinte
Isenção atual
Base de Cálculo mensal (R$) |
Alíquota |
Parcela a Deduzir do IR |
Até R$ 1.903,98 |
Isento |
R$ 0,00 |
De R$ 1.903,98 até R$ 2.826,65 |
7,50 % |
R$ 142,80 |
De R$ 2.826,66 até R$ 3.751,05 |
15,00 % |
R$ 354,80 |
De R$ 3.751,06 até R$ 4.664,68 |
22,50 % |
R$ 636,13 |
Acima de R$ 4.664,68 |
27,50 % |
R$ 869,36 |