Policiais estão atuando ostensivamente no trevo da Comunidade Gardênia AzulDivulgação
Rio - A Polícia Militar (PM) realiza, pelo terceiro dia seguido, operações nas comunidades da Gardênia Azul, Cidade de Deus e Morro do Banco, localizadas em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio. A região é palco de uma verdadeira guerra entre traficantes e milicianos, que disputam o controle do território há pelo menos duas semanas.
Durante a madrugada, um suspeito trocou tiros com a policiais lotados no Batalhão de Choque (BPChq) da PM na comunidade Gardênia Azul. No confronto, o homem foi baleado e levado até o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, mas não resistiu e morreu. Com ele, uma pistola Glock teria sido apreendida. Após o episódio, o policiamento segue reforçado no local.
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Outro lugar com reforço no patrulhamento é na Cidade de Deus (CDD), mais uma comunidade que recebe a atenção das forças de segurança. O trabalho é conduzida por agentes do 18º BPM (Jacarepaguá) e homens do Batalhão de Ações com Cães (BAC), que cercam os principais pontos de acesso à comunidade.
Durante a noite da última quinta-feira (26), agentes do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar, o Bope, fez uma grande apreensão de drogas na CDD. Os entorpecentes estavam escondidos em tonéis submersos em uma região pantanosa que fica localizada dentro da comunidade. Ninguém foi preso.
Comunidades controladas pelo grupo paramilitar, como a Muzema, no Itanhangá, e Rio das Pedras, também na Zona Oeste, eram controladas há cerca de 30 anos pela milícia, que vê seu poder local sendo ameaçado pela facção criminosa Comando Vermelho (CV) nos últimos dias.
Com essa suposta invasão, comandada por Edgar Alves de Andrade, também conhecido como Doca ou Urso, um dos líderes do grupo e atuante na Penha, na Zona Norte, o CV teria tomado conta de áreas dentro da favela e expandido pontos de venda de drogas pela região.
Com essa suposta invasão, comandada por Edgar Alves de Andrade, também conhecido como Doca ou Urso, um dos líderes do grupo e atuante na Penha, na Zona Norte, o CV teria tomado conta de áreas dentro da favela e expandido pontos de venda de drogas pela região.
Alguns integrantes da milícia estariam "pulando o muro", ou seja, deixando o grupo a qual pertenciam e se juntando ao tráfico, que passou a comandar o local. Moradores relatam a movimentação de integrantes da facção pela comunidade e a presença de bocas de fumo vendendo drogas com símbolos do grupo nas embalagens.
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O Morro do Banco, no Itanhangá, também é alvo de operação, realizada por agentes do Bope. Um homem conhecido como "Michel" e apontado como chefe do tráfico no local foi preso durante a ação de quinta-feira (26).
Segundo informações da PM, outro suspeito, esse sem a identidade divulgada, foi detido na Estrada de Itajuru e conduzido à 16ª DP (Barra da Tijuca), onde a ocorrência foi registrada.
A comunidade é um ponto-chave na disputa territorial entre milicianos e traficantes, devido ao morro estar localizado praticamente no meio do caminho entre a Rocinha, dominada pelo CV e o Rio das Pedras, controlado pela milícia.
A comunidade é um ponto-chave na disputa territorial entre milicianos e traficantes, devido ao morro estar localizado praticamente no meio do caminho entre a Rocinha, dominada pelo CV e o Rio das Pedras, controlado pela milícia.
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Praça Seca
O bairro da Praça Seca, também na Zona Oeste, tem sofrido com o clima de guerra e intensos tiroteios entre criminosos há pelo menos 15 dias.
A região é historicamente disputada por traficantes e milicianos, já tendo sido invadida e dominada diversas vezes pelos dois grupos, custando a vida de inocentes que vivem no local.
Na noite de terça-feira (24) e madrugada da última quarta-feira (25), moradores do Morro da Chacrinha, na Praça Seca, passaram momentos de terror com registros de trocas de tiros.
Circula na internet um áudio, atribuído supostamente ao traficante Bruno Silva Souza, o Tiriça, membro do CV, exigindo que os moradores da comunidade não paguem taxas de serviços cobrados pelos milicianos.