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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
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Imprensa SeebRio
Mais de 600 representantes de entidades sindicais de todo o Brasil, entre elas, as dos bancários, incluindo o Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, Contraf e as centrais sindicais, como a CUT, estão sendo recebidos em audiência no Planalto do Planalto, nesta quarta-feira (18/1) de manhã, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros, como o do Trabalho, Luiz Marinho. Entre os assuntos a serem discutidos estão o novo valor do salário mínimo, a volta da política de reajustes reais para o piso nacional e a correção da tabela do imposto de renda que foi feita pela última vez no governo Dilma Roussef.
Pouco antes do encontro, Lula postou mensagem nas redes virtuais. “Foram 4 anos em que trabalhadores não eram ouvidos pelo governo federal. Vamos voltar a dialogar com todos para pensar as transformações no mundo do trabalho e uma vida melhor para o povo”, escreveu Lula, nesta manhã, no Twitter.
Diálogo
José Ferreira, presidente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, durante o encontro no Palácio do Planalto, afirmou que a reunião reinaugura o espaço de diálogo que havia nos seus mandatos anteriores e no da presidente Dilma. “O principal objetivo é formar mesas temáticas para discussões sobre direitos dos trabalhadores, sendo que hoje vamos iniciar os debates com a questão do salário mínimo, mas queremos tratar também de temas importantes como a regulamentação dos que trabalham em plataformas como Uber, Ifood, e mesmo bancários”, adiantou o dirigente.
Acrescentou ser preciso regular, por lei, também, a sustentabilidade dos sindicatos, já que os governos ultraliberais trataram de enfraquecer as entidades dos trabalhadores. “Enfim, queremos estabelecer uma agenda a partir de hoje no sentido de buscar resolver questões ligadas aos direitos dos trabalhadores e dos sindicatos que os representam”, afirmou.
Mudança na relação
A presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, Juvandia Moreira cito também outros pontos que estarão em debate. “Os GTs que o ministro do Trabalho (Luiz Marinho) quer montar também vão discutir a reforma sindical, a reforma trabalhista, ponto que nós entendemos que têm que ser mudados”, afirmou.
Listou como outra questão importante a correção da tabela do imposto de renda. A correção da tabela para este ano, não foi incluída no Orçamento da União de 2023, enviada pelo governo Bolsonaro e aprovada pelo Congresso Nacional. “O presidente Lula, até o final do ano, deve incluir a correção. Esta é uma reivindicação nossa que será feita no encontro e nas mesas temáticas”, disse.
Para a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, Juvandia Moreira, que é uma das convidadas, a reunião é uma demonstração clara da mudança de postura do atual governo em relação aos dois anteriores. “Agora temos um governo que vê os trabalhadores como atores importantes da sociedade e busca dialogar sobre suas pautas com a sua representação sindical, coisa que não acontecia desde o golpe que tirou Dilma (Rousseff) da Presidência da República”, observou.
IR e mínimo
O Congresso Nacional aprovou o aumento do salário mínimo para R$ 1.320. Mas, Bolsonaro reajustou apenas para R$ 1.302. Ao defender a aprovação da chamada PEC da Transição, o então governo eleito prometeu chegar a R$ 1.320, como foi aprovado pelos deputados e senadores, concedendo um aumento real aproximado de 0,65% em relação ao concedido por Bolsonaro.
Mas, para os sindicalistas, o valor ainda é insuficiente. Por isso, na reunião de quarta-feira, vão solicitar que o salário mínimo seja reajustado para R$ 1.342 – aumento de 10,7% ante aos R$ 1.212 vigentes durante praticamente todo o ano de 2022.
O valor reivindicado pelos sindicalistas foi calculado garantindo ao piso um aumento baseado na inflação (cerca de 5,7%), mais um ganho real de percentual igual ao do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021, que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi de 5%. A fórmula é semelhante à aplicada durante os governos petistas para a política permanente de valorização do salário mínimo, que é uma promessa de campanha de Lula.
Clique aqui para assistir à reunuão de Lula com o movimento sindical.