Quarta, 18 Janeiro 2023 12:50

Lula recebe sindicatos para discutir pauta dos trabalhadores

José Ferreira, presidente do Sindicato dos Bancários do Rio, participa da plenária do movimento sindical com governo Lula José Ferreira, presidente do Sindicato dos Bancários do Rio, participa da plenária do movimento sindical com governo Lula

Olyntho Contente

Imprensa SeebRio

Mais de 600 representantes de entidades sindicais de todo o Brasil, entre elas, as dos bancários, incluindo o Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, Contraf e as centrais sindicais, como a CUT, estão sendo recebidos em audiência no Planalto do Planalto, nesta quarta-feira (18/1) de manhã, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros, como o do Trabalho, Luiz Marinho. Entre os assuntos a serem discutidos estão o novo valor do salário mínimo, a volta da política de reajustes reais para o piso nacional e a correção da tabela do imposto de renda que foi feita pela última vez no governo Dilma Roussef.

Pouco antes do encontro, Lula postou mensagem nas redes virtuais. “Foram 4 anos em que trabalhadores não eram ouvidos pelo governo federal. Vamos voltar a dialogar com todos para pensar as transformações no mundo do trabalho e uma vida melhor para o povo”, escreveu Lula, nesta manhã, no Twitter.

Diálogo

José Ferreira, presidente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, durante o encontro no Palácio do Planalto, afirmou que a reunião reinaugura o espaço de diálogo que havia nos seus mandatos anteriores e no da presidente Dilma. “O principal objetivo é formar mesas temáticas para discussões sobre direitos dos trabalhadores, sendo que hoje vamos iniciar os debates com a questão do salário mínimo, mas queremos tratar também de temas importantes como a regulamentação dos que trabalham em plataformas como Uber, Ifood, e mesmo bancários”, adiantou o dirigente.

Acrescentou ser preciso regular, por lei, também, a sustentabilidade dos sindicatos, já que os governos ultraliberais trataram de enfraquecer as entidades dos trabalhadores. “Enfim, queremos estabelecer uma agenda a partir de hoje no sentido de buscar resolver questões ligadas aos direitos dos trabalhadores e dos sindicatos que os representam”, afirmou.

Mudança na relação

A presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, Juvandia Moreira cito também outros pontos que estarão em debate. “Os GTs que o ministro do Trabalho (Luiz Marinho) quer montar também vão discutir a reforma sindical, a reforma trabalhista, ponto que nós entendemos que têm que ser mudados”, afirmou.

Listou como outra questão importante a correção da tabela do imposto de renda. A correção da tabela para este ano, não foi incluída no Orçamento da União de 2023, enviada pelo governo Bolsonaro e aprovada pelo Congresso Nacional. “O presidente Lula, até o final do ano, deve incluir a correção. Esta é uma reivindicação nossa que será feita no encontro e nas mesas temáticas”, disse.

Para a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, Juvandia Moreira, que é uma das convidadas, a reunião é uma demonstração clara da mudança de postura do atual governo em relação aos dois anteriores. “Agora temos um governo que vê os trabalhadores como atores importantes da sociedade e busca dialogar sobre suas pautas com a sua representação sindical, coisa que não acontecia desde o golpe que tirou Dilma (Rousseff) da Presidência da República”, observou.

IR e mínimo

O Congresso Nacional aprovou o aumento do salário mínimo para R$ 1.320. Mas, Bolsonaro reajustou apenas para R$ 1.302. Ao defender a aprovação da chamada PEC da Transição, o então governo eleito prometeu chegar a R$ 1.320, como foi aprovado pelos deputados e senadores, concedendo um aumento real aproximado de 0,65% em relação ao concedido por Bolsonaro.

Mas, para os sindicalistas, o valor ainda é insuficiente. Por isso, na reunião de quarta-feira, vão solicitar que o salário mínimo seja reajustado para R$ 1.342 – aumento de 10,7% ante aos R$ 1.212 vigentes durante praticamente todo o ano de 2022.

O valor reivindicado pelos sindicalistas foi calculado garantindo ao piso um aumento baseado na inflação (cerca de 5,7%), mais um ganho real de percentual igual ao do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021, que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi de 5%. A fórmula é semelhante à aplicada durante os governos petistas para a política permanente de valorização do salário mínimo, que é uma promessa de campanha de Lula.

Clique aqui para assistir à reunuão de Lula com o movimento sindical.

 

 

 

 

 

Mídia