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Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Olyntho Contente*
Imprensa SeebRio
Como sempre, o Itaú, ao invés de negociar, repetiu a tática de apenas comunicar as principais alterações no programa de remuneração variável, o Gera, para 2023, em reunião realizada nesta terça-feira (20/12) com a Comissão de Organização dos Empregados (COE). Jair Alves, coordenador da COE Itaú, lamentou que, mais uma vez, as alterações do programa tenham sido anunciadas ao movimento sindical nas vésperas do anúncio oficial.
“Queremos ter tempo suficiente para entender o programa e acompanhar os trabalhadores no dia a dia, para analisar o impacto na renumeração e sugerir melhorias”. As mudanças foram feitas no chamado ‘Gera semestral’, voltado para os gerentes, que têm jornada de oito horas, e no ‘Decola’, programa de remuneração trimestral dos agentes de negócios com carga horária de seis horas. De acordo com o banco, o objetivo é a simplificação dos programas e a evolução em reconhecer de outras formas os colaboradores.
Gera não decola
No ‘Gera semestral’, as agências e carteiras com maiores performances no semestre terão sua remuneração semestral dobrada. Já no Decola, a mudança é na fórmula do cálculo. O banco vai substituir o “N”, conceito usado nas avaliações individuais de todos os funcionários, com variação de 1 a 5, pelo Índice de Cumprimento de Metas (ICM).
Maria Izabel Menezes, integrante da COE e diretora do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, criticou tanto a falta de espaço para negociação, quanto a ‘dobra’ anunciada. “Não adianta dobrar a remuneração se a meta é inalcançável. Antes de fazer a mudança o Itaú teria que abrir negociação para instituir metas que se pudessem ser atingidas de verdade”, ponderou.
Valeska Pincovai, representante do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, também fez avaliação semelhante ao dizer que o banco apresenta aquilo que, segundo eles, são alternativas que melhoram o programa, “mas, infelizmente, o que os trabalhadores relatam é que as metas só aumentam, a um patamar impossível de alcançar um resultado satisfatório; a pressão está cada dia maior e número de trabalhadores adoecidos é assustador”.
Ambima e advertência
Segundo o banco serão prorrogados os prazos de apresentação das certificações profissionais série 10 e série 20 (CPA-10 e CPA-20), da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Os reprovados receberão orientação e um novo prazo de 60 dias. Já os que não chegaram a fazer a prova, serão ‘advertidos’ e também terão um novo prazo de 60 dias.
Os integrantes da COE solicitaram ao banco que informe quantos estão neste cenário, antes de tomar a iniciativa. Maria Izabel, classificou as advertências como inadmissíveis, frisando que esse ponto precisa ser discutido com a representação dos trabalhadores”. Izabel também lembra que “o banco deve apresentar a porcentagem dos funcionários que ainda não fizeram a prova”.
*Com informações da Assessoria de Comunicação da Contraf-CUT.