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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
A terceirização é sinônimo de precarização e de aumento da exploração do trabalho, reduzindo salários e retirando direitos. A iniciativa cresce nas empresas no Brasil, desde a reforma trabalhista do governo Temer e das Medidas Provisórias do governo Bolsonaro aprovadas no Congresso Nacional, permitindo terceirizar áreas fins. É o caso do sistema financeiro. O Itaú, maior banco privado do país amplia as terceirizações, num ataque a categoria bancária e em alguns casos extingue setores. A direção do banco havia informado a medida em reunião com representantes do banco no último dia 12 de setembro (segunda-feira). O movimento sindical foi pego de surpresa e o projeto é terceirizar e extinguir áreas até a primeira quinzena de 2023.
Setores atingidos
O Itaú comunicou mais uma área a ser terceirizada, dessa vez o SAC (Serviço de Atendimento ao Cliente), em São Paulo. Pelo menos 270 funcionários serão afetados pela medida. O RH do banco garante que os gestores estão sendo orientados a não demitir ninguém neste processo.
Os sindicatos se posicionaram totalmente contra a decisão do banco e cobram a realocação dos funcionários, sem demitir nenhum bancário. A medida acarreta demissões, precarização do trabalho e retirada de direitos, além de colocar em risco os dados bancários dos clientes.
O banco informou também a extinção da área mesa PJ (veículos) em face da automação bancária. Ao todo 50 trabalhadores serão afetados.
Outra área afetada e que será extinta é o Pool de Qualidade das Agências digitais Personnalité. A expectativa é que os 130 funcionários sejam atingidos e realocados nas próprias agências digitais.
Imposição do CPA-10
Outra situação que preocupa os funcionários é o fato deque, desde junho de 2020, os bancários das agências vêm sendo pressionados a adquirir a certificação CPA-10. O banco deu um prazo de três meses para a certificação, a ser combinado com os gestores e o cadastramento no sistema dessa orientação.
Lucros recordes
Os lucros do Itaú não param de crescer. O banco faturou no 1º semestre de 2022 R$ 15 bilhões, alta de 16,2% em relação ao mesmo período de 2021 e de 4,3% em relação ao trimestre anterior.
“Os ganhos reafirmam que não há razões para o banco terceirizar e extinguir áreas, demitindo e precarizando o trabalho apenas para reduzir custos com mão de obra e aumentar ainda mais a lucratividade. Estamos falando do setor mais lucrativo do país”, criticou o diretor do Sindicato Ronald Carvalhosa.