Terça, 09 Agosto 2022 13:35

Itaú tem alta de 17,4% no lucro do segundo trimestre, mas continua demitindo e assediando

Banco, que lucrou R$7,67 bilhões em três meses, descumpre promessa e continua dispensando funcionários antes da renovação da CCT

Carlos Vasconcellos

Imprensa SedebRio

 

O Itaú Unibanco registrou lucro recorrente gerencial de R$ 7,679 bilhões no segundo trimestre de 2022 (2T22), cifra 17,4% maior do que o registrado em igual período de 2021, informou o maior banco privado do Brasil na segunda-feira (8). O faturamento foi acima da expectativa do próprio mercado, que esperava um resultado de R$ 7,487 bi. Com os bancos brasileiros praticando os maiores juros do mundo, o crédito ajuda a explicar, em parte, a alavancada nos ganhos da maior instituição privada do país. No primeiro semestre deste ano, o banco acumula um faturamento de R$ 15,039 bilhões, uma alta de 16,2% em relação ao mesmo período de 2021 

"O resultado só reafirma que o setor financeiro tem condições de sobra para atender as reivindicações de nossa categoria e o Itaú, de incluir no acordo específico, os itens defendidos pelos funcionários”, disse a diretora de Imprensa do Sindicato do Rio, Vera Luiza Xavier.

A sindicalista destaca ainda que é fácil elevar os lucros fechando agências e demitindo trabalhadores.

Demissões continuam

Em julho, após uma mobilização dos sindicatos, o Itaú, que havia demitido muitos empregados nos setores de Operações Centralizadas e de Negócios do ItauCred Veículos, havia prometido que não haveria desligamentos “até o fim da vigência da Convenção Coletiva de Trabalho", o que acabou não sendo cumprido pelo banco.

“As demissões continuam a ocorrer em todo o país. O Itaú não tem palavra e continua dispensado funcionários. O bancário, que trabalha tanto para garantir lucros recordes não merece tanto desprezo e covardia”, acrescentou, lembrando ainda que as metas desumanas estão adoecendo a categoria.

“Hoje as doenças psíquicas nos bancos já superaram os casos de LER/Dort. A pressão e o assédio moral são métodos cruéis para atingir produtividade e não há a menor necessidade de o setor mais lucrativo do país fazer isso com os bancários. Por isso, a saúde é uma das prioridades de nossa campanha nacional”, completou Vera. 

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