Sexta, 15 Julho 2022 17:32
DENÚNCIA

Itaú assedia para forçar demissão de quem não aderiu ao PDV

Depois de pressionar por adesão a um programa ruim, desvantajoso para os bancários, banco agora vai para cima de quem optou por continuar trabalhando
DESUMANIDADE SEM LIMITES - O Sindicato tem recebido denúncias de que o Itaú está assediando, pressionando  e demitindo bancários que não aderiram ao PDV DESUMANIDADE SEM LIMITES - O Sindicato tem recebido denúncias de que o Itaú está assediando, pressionando e demitindo bancários que não aderiram ao PDV

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

 

Um Programa de Demissão Voluntária (PDV), como o próprio nome sugere, deveria ter sua adesão a partir da livre vontade do trabalhador. Mas isso não ocorre no Itaú. Após a baixa procura para aderir ao programa - a maioria dos bancários elegíveis considerou a proposta nada atrativa -  os funcionários começaram a ser pressionados e moralmente assediados para aderirem “na marra” e aceitarem o acordo de demissão. Teve de tudo, até mensagens enviadas por SMS, email e gestores que chegaram ao ponto de transferir empregados para unidades distantes como um recado por eles não terem aderido.  

Como se não bastasse a pressão feita desde o início, o Itaú rompe o contrato, assediando agora os que não aderiram ao PDV, cerceando, mais uma vez, a livre vontade do trabalhador.

“A gente sabe que não houve um PDV, mas um PDI, Programa de Demissão Imposta. Agora a direção do banco está literalmente indo para cima de quem não aderiu a este programa que era absolutamente prejudicial aos bancários”, disse a diretora do Sindicato do Rio e representante da COE (Comissão de Organização dos Empregados), Maria Izabel.

Caráter discriminatório

As dispensas promovidas agora, após forte assédio, têm natureza discriminatória contra quem optou por continuar trabalhando.

“O banco está usando uma nova estratégia, demitindo aos poucos para despistar o aspecto discriminatório contra os funcionários que não aderiram. A maioria dos dispensados é composta por empregados com mais tempo de serviço, mas sem nenhum tipo de estabilidade e que entraram em licença, adoecidos com problemas psíquicos ou Ler/Dorts causados pela própria prática de pressão do Itaú em função de suas metas desumanas. É preciso ficar atento porque o banco quer arrumar qualquer desculpa para demitir. Os bancários que se sentirem assediados devem procurar imediatamente o Sindicato”, disse a diretora da Secretaria da Mulher da Federa RJ (Federação das Trabalhadoras e Trabalhadores do Ramo Financeiro), Paula Rodrigues.

Sindicato faz sua parte

O Sindicato do Rio tem feito sua parte na defesa da categoria desde o começo do programa e denunciou o assédio ao Ministério Público do Trabalho. O inquérito segue em curso. No dia 27 de abril deste ano, o Departamento Jurídico realizou uma reunião presencial para ouvir os funcionários elegíveis ao PDV a fim de buscar soluções, o que levou a entidade sindical a denunciar o caso do MPT. Mas as atrocidades do Itaú não pararam por aí. O Jurídico do Sindicato foi surpreendido com um grande número de funcionários prejudicados pelos erros no cálculo do PDV dos bancários que aderiram ao programa. Os erros foram todos com cálculos para baixo dos valores a receber. O Sindicato se colocou à disposição dos funcionários que aderiram e fez as devidas correções nos cálculos. Sem saída, o banco fez as alterações solicitadas pela entidade sindical. Foram realizados ainda protestos contra os abusos do banco.

A dispensa promovida agora, após forte assédio, tem natureza discriminatória contra quem não quis aderir ao PDV.

Todos os bancários que se sentirem prejudicados devem procurar imediatamente o Jurídico do Sindicato para que sejam tomadas as devidas providências. O Jurídico fica no 20ª andar da sede da entidade, localizada na Avenida Presidente Vargas, 502, no Centro.

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