EXPEDIENTE DO SITE
Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
Fonte: Contraf-CUT
A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú, em reunião online nesta quarta-feira (16), tratou de vários temas com a direção do banco de interesse dos funcionários. O retorno ao trabalho dos afastados por licença médica, o programa de remuneração variável e o retorno sobre o banco de horas negativas foram os pontos da pauta na reunião.
Compensação sem resposta
Na abertura do encontro, os representantes do Itaú avisaram que “não tiveram tempo hábil para o retorno da proposta de compensação das horas negativas”. Os sindicatos propuseram, no encontro realizado na semana passada que, a partir de 31 de agosto, vencimento do acordo, todos os bancários que ficarem devendo horas, sejam abonados. A sugestão foi feita em função de um grupo pequeno de trabalhadores que não conseguiram repor as horas por uma falta de equipamentos ou problemas pessoais.
Programa Recomece
A reunião continuou com a apresentação pelo banco do Recomece, que já está em fase de testes no Rio de Janeiro. O programa é voltado para todos os empregados que estão aptos a retornar ao trabalho, após afastamento por problemas de saúde, mas necessitam de um retorno gradual e de um apoio psicológico. Entram automaticamente no programa os trabalhadores que ficaram mais de 180 dias afastados. Já quem ficou menos de 180 dias, só entra no programa com indicação médica.
O Recomece oferece curso de atualização, ajustes de metas, retorno gradativo, acompanhamento por assistente social e psicólogo. A duração é de 15 dias e pode ser ampliado por mais 15 dias. Se depois deste período o trabalhador não estiver apto, ele será encaminhado para o INSS.
Falta medicina ocupacional
Os representantes da COE criticaram a ausência da medicina ocupacional do banco no programa. O movimento sindical lembra que a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria prevê uma equipe interdisciplinar neste tipo de acompanhamento e que a medicina ocupacional do banco deve estar envolvida neste processo de apoio aos bancários.
Para os sindicalistas, “a recomendação do médico assistente, que acompanha o dia a dia do trabalhador e a evolução dos seus casos de doenças, é muito importante, por isso, a opinião dele precisa constar no programa”.
Dialogar com os sindicatos
O movimento sindical também pediu transparência e um diálogo com os trabalhadores sempre que o banco testar novos projetos. Os sindicatos ficaram sabendo da existência do Recomece após os funcionários reclamarem com as entidades.
“O bancário adoeceu dentro da instituição, então nada mais justo do que o banco dar toda a assistência para quem retorna após ter problemas de saúde gerados pelas atividades profissionais e por causa da pressão e assédio moral por metas desumanas. Os sindicatos têm recebido várias reclamações dos bancários. Nós queremos o aperfeiçoamento do programa Recomece e, para isso, o banco precisa dialogar com a representação dos trabalhadores e não os sindicatos tomarem conhecimento através das queixas dos funcionários”, destaca a diretora do Sindicato do Rio e representante da COE, Maria Izabel.
O tema será debatido pelo GT de Saúde.
Dificuldades do Gera
Os representantes dos bancários cobraram ainda uma negociação específica sobre remuneração e quer que o banco ouça a categoria nas questões sobre o tema para criar um programa em conjunto com os trabalhadores. O Gera já passou por seguidas mudanças e, para os bancários, está longe do ideal e tornou-se impraticável.
A COE Itaú vai encaminhar, por intermédio da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), um ofício com os principais pontos de mudanças sugeridas para o Gera.