EXPEDIENTE DO SITE
Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Olyntho Contente*
Imprensa SeebRio
“Esta é uma antiga reivindicação do movimento sindical que, agora, o banco decidiu apresentar uma proposta. É um bom começo, mas precisa avançar para que sejam resolvidos os problemas que são mais amplos”. A avaliação foi feita por Izabel Menezes, diretora do Sindicato e membro da Comissão de Organização dos Empregados (COE), a respeito da apresentação, pelo Itaú, na última sexta-feira (17/12), de um projeto que dá início ao debate com a COE sobre diversidade, para a construção de um ambiente melhor de trabalho.
Para a dirigente a proposta tem que ser mais ampla. A agenda de diversidade do banco foi restrita a quatro pilares: gênero, raça, pessoas com deficiência e LGBTQIA+. “Foi positivo que o Itaú aceitasse fazer esta discussão. Mas ainda temos um longo caminho a seguir. Há sérios problemas de discriminação que fazem com que negros e mulheres sofram, por exemplo, ao receber salários menores que os homens brancos, ou não tendo acesso a cargos de gestão”, disse.
A proposta
Entre as ações apresentadas pelo banco que alcançam os pilares gênero e raça, está a parceria com o Projeto Descubra, em Belo Horizonte, que atua para que jovens, em idade apropriada, sob a tutela do Estado (ou seja, que tiveram que ser afastados das famílias ou que foram abandonados por elas e vivem em abrigos públicos) sejam encaminhados ao mercado de trabalho. Por meio do Projeto, o banco capta colaboradores para o programa Jovem Aprendiz, alçando jovens negros, especialmente mulheres jovens e pretas.
No pilar LGBTQIA+ o Itaú apresentou uma agenda que inclui o respeito aos nomes sociais, implementação de protocolo de acolhimento nos ambientes de trabalho e questões que envolvem a saúde dos trabalhadores, com o treinamento de médicos para melhor atender pessoas trans. Já no pilar da população com deficiência, o banco destacou o aprimoramento constante da acessibilidade de ferramentas de trabalho e de treinamento.
“Apesar de o banco apresentar todos estes projetos, ainda não enxergamos o impacto de programas de diversidade nos locais de trabalho. São poucos negros e PCDs (Pessoas com Deficiência) na linha de frente no atendimento nas agências. Também falta diversidade nos cargos de Gestão. Outro ponto bem crítico no banco é a discriminação de pessoas com mais idade”, esclareceu Jair Alves, coordenador da COE.
O secretário de Combate ao Racismo da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Almir Aguiar, também participou da mesa de negociação, destacando sobre o plano apresentado pelo banco: “São pontos que a gente já vinha discutindo com o banco. Na questão das pessoas com deficiência, por exemplo, a gente debateu com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) pontos no sentido de adequar a legislação sobre acessibilidade; quanto a questão da mulher negra, evoluímos num acordo com a Fenaban a implementação de um programa de treinamento com os funcionários e o Sindicato do Bancários de São Paulo está com projeto muito importante, que é o ‘Projeto Basta!’, ampliado para várias federações e sindicatos do Brasil”, destacou Almir que também representa a diretoria-executiva da Contraf junto à Fenaban.
*Com informações da Assessoria de Comunicação da Contraf-CUT.