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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
O Itaú, em mais uma demonstração de falta de sensibilidade e desprezo pelo sofrimento, convocou os funcionários para ‘fazer um brinde’, na última quinta-feira (28/10), no que o banco denominou como ‘a grande virada’. A comemoração fora de hora impôs que todos viessem vestidos de branco, usassem taças transparentes, que as agências fossem enfeitadas ‘com bolas brancas e laranjas’ e que o brinde fosse feito ‘com suco de laranja’ ou ‘refrigerante sabor laranja’.
Sem clima para comemorar
O Brasil registrou na quarta-feira (27) 433 mortes por Covid-19 nas últimas 24 horas, com o total de óbitos chegando a 606.726 desde o início da pandemia.Que o banqueiro não tem nenhuma empatia com os mais de 600 mil mortos pela pandemia do novo coronavírus, não surpreende a mais ninguém, mas fazer uma comemoração neste momento mostra o tamanho do desprezo pelas vidas perdidas.
O que os bancários têm pra comemorar? As mortes de seus parentes e amigos? A demissão de seus companheiros de trabalho em plena pandemia? Ou o banco espera que eles comemorem suas futuras demissões provocadas pela reestruturação, cujo início o banco quer marcar hoje?
Chamam a atenção ainda as cores escolhidas pelo banco. Mesmo sabendo que o laranja é uma das cores do Itaú, é sugestivo que o banco comemore os resultados da política econômica tocada por um banqueiro acusado de ter conta offshore em um paraíso fiscal, da qual diz ter se afastado, sem convencer a ninguém.
“Se o Itaú tem o que comemorar, os bancários não têm motivos para isso e esperam respeito por parte daqueles que lucram muito com a dor do povo brasileiro e com o desespero da categoria”, afirma o diretor do Sindicato Ronald Carvalhosa.