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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
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Sem qualquer embasamento científico o Itaú decidiu unilateralmente convocar os funcionários que são do grupo de risco para retornar ao trabalho presencial a partir de 4 de outubro. A atitude irresponsável coloca em risco a vida de todos, inclusive dos clientes, já que o número de pessoas mortas ou infectadas no Brasil ainda é muito alto, e voltou a crescer, o que fez com que a média móvel dos últimos sete dias ficasse em 572 óbitos. Só nesta terça-feira foram mais 793 novas mortes e 15.395 casos da doença. Está acima de 500 pelo 15º dia consecutivo. O Brasil é o segundo em mortes pela covid-19 no mundo, com 595 mil óbitos, atrás apenas dos Estados Unidos, com 692 mil.
“A decisão de convocar pessoas que são do grupo de risco, ou seja, mais vulneráveis por terem doença crônica ou mais de 60 anos é muito grave. Diante deste retorno precipitado e irresponsável apresentamos nesta terça-feira (28/9), em reunião com o banco, um texto de protocolo a ser negociado com medidas de prevenção para este momento difícil e inapropriado de retorno”, afirmou Izabel Menezes, diretora do Sindicato e integrante da Comissão de Organização dos Empregados (COE), logo após a reunião virtual com representantes do banco.
Variante Delta
Os membros da COE ressaltaram que a pandemia se mantém em ritmo crescente, com média de mortes acima de 500 casos por dia, e com a variante Delta, de alta transmissibilidade e mortalidade, predominando em vários estados. O caso do Rio de Janeiro é ainda mais dramático. No estado a variante Delta já atingiu 96% dos casos de internações, passando a ser a cepa dominante nestas situações, ultrapassando a original, a Alpha.
A COE advertiu, ainda, que o ritmo de vacinação é muito lento, sendo este um dos fatores para o aumento do número de contaminados e mortos. “O número de imunizados está longe do esperado e não atingiu os 70% (está em 40%), com as duas doses. Com isto, milhões de pessoas ainda não estão imunizadas, o que aumenta o risco de infecção pela doença”, criticou Jair Alves, coordenador da COE.
Izabel orientou os que retornarem a levar a comprovação das doses da vacina, com respeito aos 15 dias após a segunda dose, além de laudos e exames que comprovem a comorbidade. “Esta precaução é para que o banco leve em consideração a necessidade de mais cuidado com estas pessoas e sua responsabilidade pela vida de quem é mais vulnerável e, por isto, mais sujeito à contaminação e morte pela doença”, explicou.
Aglomeração
A COE lembrou que o retorno em massa vai gerar um outro problema gravíssimo que é a aglomeração, num ambiente fechado, com o manuseio de documentos, dinheiro e objetos, tanto de bancários, quanto de clientes. E frisou que por isso, o uso de máscaras e álcool tem de ser obrigatório, além do fornecimento destes equipamentos de proteção individual (EPI) e da sanitização dos ambientes de acordo com as determinações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde.
Protocolo
O texto de protocolo de prevenção contra a covid-19 foi entregue aos representantes do Itaú pela COE. Luciana Duarte, coordenadora do GT de Saúde, explicou que o documento trata de uma preocupação com os bancários, terceirizados, prestadores e também com os clientes, que estarão cada vez mais presentes nos locais de atendimento.
Entre os principais pontos estão a reivindicação da realização de exames médicos de retorno ao trabalho, no qual a indicação do médico assistente deverá ser levada em consideração. Deverá ser considerada também a avaliação médica, com acompanhamento pela medicina ocupacional do banco, tanto dos casos de retorno, quanto para os que já estão em regime presencial desde o início da pandemia.
Os funcionários com histórico de infecção pela covid-19 deverão ser acompanhados pela medicina ocupacional do banco, para a devida readaptação ao trabalho gradativo em função das possíveis sequelas da doença, que podem comprometer a saúde física e mental dos trabalhadores.