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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
A Comissão de Organização dos Empregados (COE) se reuniu com a direção do Itaú no último dia 9 de setembro (quinta-feira) para tratar do retorno dos funcionários que estão em home office ao trabalho presencial. O problema é que o banco quer o retorno de todos os empregados a partir do dia 4 de outubro deste ano, inclusive pessoas com comorbidade, como obesos, diabéticos e trabalhadores de mais de 60 anos. A única exceção seriam as gestantes. O comunicado do Itaú diz ainda que o bancário poderá retornar já no próximo dia 20 de setembro, mas o retorno é voluntário.
“Este retorno ainda este mês, mesmo sendo considerado voluntário pelo banco, abre caminho para a pressão de gestores sobre os funcionários. Na prática, é isso que acaba acontecendo. Já há denúncias em todo o país de bancários reclamando de que estão sendo pressionados para a volta ao trabalho presencial”, disse a diretora do Sindicato do Rio, Maria Izabel, que é membro da COE.
“Não basta a exigência das duas doses para quem vai retornar às agências. Não podemos aceitar o retorno enquanto o Brasil não vacinar com as duas doses pelo menos 70% da população, como orientam os sanitaristas, sob o risco de o banco colocar em perigo a vida dos funcionários”, alerta Izabel.
A sindicalista não acredita que o percentual de imunização considerado de segurança pelos cientistas seja alcançado até outubro.
“Menos de 35% dos brasileiros recebeu as duas doses. Não acredito que o índice de imunização chegue a 70% ainda este ano. Isto sem falar na variante Delta que está explodindo no Rio de Janeiro. É preciso garantir um retorno seguro para todos os bancários e bancárias”, acrescentou.
Volta com segurança
A presidenta da Federa-RJ (Federação das Trabalhadoras e Trabalhadores do Ramo Financeiro do Estado do Rio de Janeiro) Adriana Nalesso cobrou também como o departamento de saúde do trabalhador irá se comportar neste retorno.
“As pessoas serão examinadas, analisadas, terá algum tipo de acompanhamento por parte do banco?", questionou a sindicalista.
Os sindicalistas cobram ainda um protocolo padrão para todos os bancos para facilitar a fiscalização e garantir condições de proteção à vida dos trabalhadores.
Pressão e assédio
O movimento sindical se preocupa também com problemas de readaptação dos bancários que estão até um ano e meio afastados das unidades físicas.
“O Itaú ao anunciar o retorno ainda em 2021 não está atendendo às recomendações médicas e da ciência. E há ainda a pressão e o assédio moral que chegou a níveis insuportáveis nos locais de trabalho, imagina para quem está há tanto tempo longe do trabalho presencial”, acrescenta Izabel.