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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
Informações da Contraf-CUT
Se no Itaú já é rotina funcionários reclamarem da exploração e desvalorização impostas pelo banco, para quem tem mais tempo de trabalho a situação é ainda pior, caracterizando discriminação aos bancários mais antigos.
Os sindicatos denunciam que as constantes mudanças praticadas pelo banco, com novos projetos e reestruturações, como é ocaso do programa Gera e do projeto Itaú 2030 confirmam que a empresa está em busca de um novo perfil de funcionário em que não há espaço para os trabalhadores com mais tempo de casa.
O próprio presidente do banco, Milton Maluhy Filho, deixou claro em entrevista à grande imprensa que sua missão é a de aprofundar a transformação digital no Itaú e que o grande desafio é “renovar” a cultura da instituição financeira.
“O executivo fala de tudo, menos sobre valorizar quem produz os lucros do Itaú: os bancários”, critica Maria Izabel, diretora do Sindicato do Rio e representante da COE (Comissão de Organização dos Empregados).
Sindicatos alertaram
No dia 25 de agosto, em reunião com o Comando Nacional dos Bancários e os representantes dos sindicatos, o Itaú apresentou o que considera “o banco do futuro” prometendo que, nesta nova era, "não há espaço para discriminação”, mas “uma busca constante pela diversidade” e profunda mudança de cultura.
Mas no cotidiano dos locais de trabalho a realidade é outra. Sindicatos em todo o país têm recebido denúncias de trabalhadores com mais tempo de trabalho de que eles estão sendo desprezados e discriminados pelas novas políticas do Itaú.
Assédio e ameaças
Muitas das denúncias foram relatadas por trabalhadores desligados que passaram pelo processo de Comissão de Conciliação Voluntária (CCV). Os funcionários incluíram na justificativa de seus pedidos, o assédio moral e os danos morais que sofreram através de constrangimentos e exposições em reuniões, inclusive com chacotas feitas pelos gestores.
Frases de gestores, como “Dê espaço aos mais novos, seu tempo de banco já deu o que tinha que dar”; “Precisamos de mentes frescas, novas ideias, o banco está se reinventando”; “Vamos dar prioridade à juventude, seu momento de crescimento já passou” e “Não vou promover você porque está velho demais”, deixam claro que bancários mais antigos não têm mais vez no Itaú.
O tom dos gestores chega ao nível da ameaça de demissão: “O que você pretende no banco? É preciso pensar no futuro porque seus dias estão contados”, dizem os empregados que deram toda uma vida ao trabalho.
“Nós já alertamos à direção do banco sobre a postura desumana dos gestores. Descartar quem há anos dá tanto suor pelo banco é uma covardia. Discriminar é crime”, afirma Maria Izabel.