Quarta, 25 Agosto 2021 20:11

COE quer solução para demissões e mudanças no Itaú que afligem os bancários

Sindicalistas ouvem representantes do banco sobre o projeto 'Itaú 2030'

Imprensa SeebRio

Informações colhidas no site da Contraf-CUT

 

A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú e membros do Comando Nacional dos Bancários se reuniram com a direção do banco, na quarta-feira (25). Na pauta, o debate sobre as mudanças no mundo do trabalho que afetam e prejudicam os funcionários e as relações de trabalho implementadas nos últimos anos e que tanto afligem os bancários. O movimento sindical qis saber a posição do banco em relação aos impactos das novas tecnologias no emprego dos bancários, diante da concorrência dos bancos tradicionais com as fintechs e plataformas digitais no setor financeiro. 

O diretor executivo de recursos humanos do Itaú Unibanco, Sérgio Fajerman, disse que “a concorrência no sistema financeiro traz uma série de desafios para o banco, que gera as mudanças” e prometeu o compromisso de manter o diálogo com os representantes dos funcionários. Acrescentou destacando as mudanças de comportamentos dos clientes e consumidores e deu como exemplo das novas formas de relacionamento das empresas com a clientela, o modelo utilizado pela Magazine Luiza e seu atendimento virtual e alegou que está em fase de experiência no banco três tipos de atendimento: o 100% presencial; a distância e o "híbrido flexível". Apontou ainda o custo das agências físicas.  
A pressão por metas abusivas em plena pandemia e o medo de perder o emprego atemorizam a categoria.

Retorno ao presencial

A despeito do retorno ao trabalho presencial diante da gravidade da Covid-19, Sérgio garantiu que se dará de forma segura e ainda não há prazo definido para a volta dos funcionários, levando em consideração os protocolos de prevenção, a vacinação e a situação das variantes. Disse que o Itaú está "adotando uma política de retenção e valorização de seus profissionais a fim de evitar migração de bancários para outras empresas e que "a transformação cultural exige mais tolerância ao erro do empregado". 

Na questão da diversidade, o banco citou a importância de maior aceitação de lideranças femininas, negros, PCDs (Pessoa com Deficiência) e LGBTQIA+. 

Demissões

O representante do Itaú disse ter preocupação com o emprego e que é necessário atender as necessidades dos investidores, mas também servir a sociedade. "Temos que olhar para a sociedade, o bancário, acionistas e o mercado", afirma. Sobre o programa Gera, que tem resultado em muitas reclamações dos funcionários, prometeu aprofundar o debate sobre o tema com os sindicatos. 

Na prática, o que tem acontecido em demissões em massa. Os sindicalistas cobraram a manutenção dos empregos, pois o banco tem dispensado em plena pandemia, o que tem resultado em seguidas derrotas do Itaú e demais bancos privados na Justiça do Trabalho, através de ações do Departamento Jurídico do Sindicato. 

"A todo momento somos atacados em nossos direitos, como na MP 1045, que tenta mudar a jornada da categoria. Passam a imagem que somos trabalhadores privilegiados e não somos. Tudo que conquistamos foi fruto de muita mobilização e jamais vamos desistir de lutar", disse Adriana Nalesso, presidenta da Federa-RJ e diretora do Departamento Jurídico do Sindicato. 

Conjuntura difícil

Juvandia Moreira, uma das coordenadoras do Comando Nacional e presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), criticou a atual conjuntura política no Brasil, “de extremo retrocesso, com um número de desemprego altíssimo, o aumento da fome, da miséria e da população de rua.

“É um país que a gente não gostaria de viver. Por isso, é hora de debatermos que país que a gente quer. A única coisa que muda toda essa situação é a política, é a política econômica. Esse Brasil que a gente está vendo, não é um Brasil bacana, não é o que queremos”, disse. A sindicalista apontou ainda que “estão acontecendo muitas mudanças no sistema financeiro, como no formato de agências, transferências de valores e formas de pagamentos, que têm acarretado em demissões em massa.

“Por isso, nós temos que ouvir a direção do banco. As portas abertas para o diálogo são sempre muito importantes. É fundamental e uma das coisas que o movimento sindical bancário mais valoriza”, completou.

Importância do diálogo

Ivone Silva, outra coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, destacou a importância do encontro para “compreender um pouco o que o Itaú pensa sobre o futuro”.

“Podemos agora pensar como podermos fazer novas negociações para os bancários que estão na empresa neste momento. Ano passado e neste ano fizemos diversos acordos com o banco, o que reforça nosso prezo pela negociação. Por isso, queremos continuar negociando com o banco todas essas mudanças e negociações.”
Jair Alves, coordenador da COE Itaú, concorda que a reunião foi muito proveitosa. “Foi muito boa esta reunião com o Sergio Farjeman, na qual foram pontuados vários pontos que a Comissão já vem negociando com o banco, como emprego, saúde e novas transformações no meio bancário. Outro ponto importante trazido pelo banco e que vamos abrir negociação é sobre Diversidade”, destacou.

 

Mídia