Quinta, 05 Agosto 2021 23:26

Encontro Nacional aprova minuta a ser entregue ao Itaú

Evento reuniu cerca de 160 participantes Evento reuniu cerca de 160 participantes

Olyntho Contente

Foto: Nando Neves

Imprensa SeebRio

Marcado por críticas contundentes ao tratamento desrespeitoso que vem sendo imposto aos funcionários, o Encontro Nacional dos Bancários do Itaú, aprovou uma minuta de reivindicações a ser entregue ao banco, tendo como principais pontos emprego, remuneração, previdência e saúde. As propostas foram aprovadas nos encontros estaduais e regionais e serão compiladas pela Comissão de Organização dos Empregados (COE), antes de serem encaminhadas para a mesa de negociação. Dirigiu o Encontro Nacional, o coordenador da COE, Jair Alves.

“As propostas específicas serão levadas ao Itaú, como as relativas à negociação em torno de um acordo estabelecendo regras para o Gera, o fim das demissões, das metas na pandemia, do assédio; vamos negociar ainda ampliação dos protocolos da covid-19 e o estabelecimento de critérios para nortear o retorno ao presencial para quando a pandemia estiver sob controle tornando isso possível. Já as propostas mais gerais serão encaminhadas à Conferência Nacional dos Bancários, para serem discutidas entre o Comando Nacional e a Fenaban”, explicou o coordenador da COE. Jair ressaltou que, apesar de haver muitos pontos a serem negociados, os mais importantes são aqueles ligados à valorização da vida.

“E dentro da valorização da vida, os itens referentes à saúde assumem uma maior importância sobretudo neste momento de pandemia, sendo preciso garantir a efetividade dos protocolos, mas também, abrir negociações sobre as regras do Gera, e estabelecer critérios transparentes, regras que evitem a pressão das metas, o assédio moral e o adoecimento, o que vêm se ampliando a partir da mudança do Agir para o Gera na pandemia”, afirmou.

Também integrante da COE, Izabel Menezes, denunciou que os funcionários estão enfrentando uma realidade muito dura criada pelo banco, com demissões em massa, aumento da sobrecarga de trabalho, troca do programa Agir por um programa muito pior que é o Gera provocando muita confusão, ao estabelecer metas diferentes, e um verdadeiro terror, fazendo os bancários trabalharem com medo.

“Com as propostas aprovadas esperamos fazer a diretoria do Itaú enxergar que está cometendo uma série de graves erros que têm massacrado aqueles que deveriam ser valorizados por produzir lucros significativos por anos seguidos. Erros como implantar o Gera e o novo modelo de banco, o 2030, ambos em plena pandemia, ignorando a gravidade do momento. Infelizmente para o banco o funcionário é apenas um número”, lamentou.

Principais itens da minuta

Remuneração

Negociação de um acordo com regras para o Gera

Manutenção das conquistas do PCR

Negociação de um novo Plano de Cargos e Salários (PCS)

Reajuste dos tíquetes que siga a variação da cesta básica

Gratificação de função para os GSO.

Emprego

Fim das demissões

Programa de realocação de pessoal

Rediscussão do programa de metas usados para justificar demissões

Saúde

As integrantes do GT Saúde, Luciana Duarte e Ana Fidélis fizeram uma avaliação sobre os trabalhos realizados pelo grupo; e uma série de propostas para a minuta, acrescentando outras enviadas pelos encontros estaduais e regionais. Entre elas:

Agilização das negociações no Grupo de Trabalho de Saúde

Parcelamento dos valores devidos pelos bancários considerados inaptos para o trabalho e aptos pelo INSS

Emissão da Comunicação de Acidente de Trabalho para casos de adoecimento por covid-19

Criação de programa de saúde do trabalhador que atenda aos bancários

Exigir a realização de exames demissionais

Acesso dos funcionários a seus protocolos médicos

Exame de retorno aos contaminados pela covid-19

Garantia de apoio ao tratamento de sequelas da covid

Novo acordo para o parcelamento de horas negativas

Previdência

Os representantes eleitos, em maio, pelos funcionários para o conselho da Fundação Itaú, Carlos Damarindo, Secretário de Saúde e Condições de Trabalho da Contraf-CUT e Érika Godoy, e do Fundeb, Altair Monteiro falaram sobre os planos fechados de previdência do banco. Nem todos os funcionários participam deles. Os representantes defenderam previdência para todos, além do debate sobre estes planos, em que os funcionários têm representantes, mas cujo controle é do banco.

Os fundos de previdência dos funcionários do Itaú e que tem como patrocinador o banco, tem patrimônio de R$ 29 bilhões, sendo o terceiro maior valor entre os planos de previdência fechados do país. Eles defenderam a abertura de diálogo com os gestores da Fundação, indicados pelo Itaú, para que se possa discutir avanços para os funcionários, como a inclusão de todos.

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