Quinta, 29 Julho 2021 23:16

Encontro estadual do Itaú aprova propostas a serem submetidas ao Encontro Nacional

Mobilização será fundamental para garantir as conquistas Mobilização será fundamental para garantir as conquistas

Olyntho Contente

Foto: Nando Neves

Imprensa SeebRio

Garantia de emprego, fim das demissões, acordo de remuneração variável, plano de previdência para todos e acordo de teletrabalho. Estas foram as principais propostas definidas pelo Encontro dos Bancários do Itaú do Estado do Rio de Janeiro, realizado virtualmente, nesta quinta-feira (29/7). Todas vão ser enviadas para o Encontro Nacional. Este ano não haverá negociação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), já que a assinada em 2020 é válida até 2022, mas vários temas de fundamental importância estão sendo negociados, e para serem conquistados dependerão da participação e mobilização dos funcionários.

No Encontro foram eleitos 14 delegados da base da Federação do Trabalhadores do Ramo Financeiro (Federa-RJ) que representarão o estado do Rio no Encontro Nacional, que será realizado no dia 5 de agosto (segunda-feira). Destes, sete são da cidade do Rio, três de Niterói, um de Petrópolis, um de Teresópolis e um de Campos. Encontros estaduais semelhantes também foram realizados nesta quinta-feira por funcionários de outros bancos privados, como Santander e Bradesco. No sábado, vão acontecer os encontros da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil

Na abertura do Encontro dos Bancários do Itaú, o coordenador da Comissão de Organização dos Empregados (COE), Jair dos Santos, frisou que a pauta negociada com o banco é extensa, e passa por questões como emprego, remuneração – como os debates sobre a necessidade de um acordo sobre o Gera - saúde e condições de trabalho, entre outros. “Devido à pandemia, o tema de saúde assumiu maior importância. Houve negociação e conseguimos avanços ao fixar protocolos, sendo todo o debate feito no Grupo de Trabalho da Saúde, que discutiu, ainda, acordos como o de parcelamento de horas negativas”, disse.

Lembrou que no início da pandemia o Itaú quis impor medidas prevendo redução de jornada e de salário, baseadas na Medida Provisória do governo federal, mas, por pressão do movimento sindical, recuou. “Conseguimos colocar uma pá de cal nesta tentativa que não se justificava, ainda mais se tratando de um banco com as dimensões e a lucratividade do Itaú”, comentou. Lembrou ter sido importante também a negociação com a Fenaban, de que o retorno ao trabalho presencial só aconteceria após nova negociação.

A presidenta da Federa-RJ, Adriana Nalesso, frisou que os bancos têm acordo de que o retorno terá de ser negociado com o Comando Nacional dos Bancários. “Qualquer pressão em outro sentido está desautorizada. O nosso entendimento, baseado no critério científico da Fundação Oswaldo Cruz é de que só será possível retornar ao trabalho presencial com 70% a 80% da população imunizada”, disse.

#QueVergonhaItaú

Jair ressaltou que as demissões este ano atingem dimensões absurdas só justificadas pela ganância. Em 2020 já são mais de 1 mil demissões no Itaú. “Este número pode ser ainda maior, porque está baseado nos dados de homologações feitas nos sindicatos”, frisou. Izabel Menezes, diretora do Sindicato e também integrante da COE, defendeu o fortalecimento da campanha #QueVergonhaItaú, de denúncia das demissões em massa nas redes sociais e em atos de rua, que vem incomodando o banco. “É fundamental para isto, aumentar ainda mais a participação dos bancários, familiares e amigos e de toda a sociedade”, comentou.

A dirigente lembrou que o banco não vem cumprindo o compromisso de não demitir na pandemia, e está sendo obrigado, por seguidas decisões judiciais, a reintegrar os atingidos. O compromisso foi firmado pela Fenaban, em março de 2020, com o Comando Nacional dos Bancários. “Por isto é fundamental a negociação pelo direito à garantia no emprego e pelo fim das demissões”, disse.

As principais propostas do Encontro Estadual dos Bancários do Itaú

Garantia de Emprego

O tema tem caráter geral na categoria e particularidades no contexto dos funcionários do Itaú. Será levado à Coordenação do Comando Nacional como uma orientação para intensificação da pauta;

Não ao acúmulo de funções

No exemplo dos Postos de Atendimento Bancário (PAB), nos quais os funcionários (por exemplo: gerente geral e gerente operacional) são responsáveis por duas unidades. Há risco dessa prática se estender pela rede de agências.

Não às demissões

As dispensas têm se intensificado em 2020, mesmo com o compromisso assumido de não realizá-las durante a pandemia. As demissões ocorrem mesmo com alta lucratividade.

Saúde

Covid-19

Que o banco adote um protocolo mais rígido de prevenção à covid-19 para as agências com funcionários com suspeita de contaminação.

Informações sobre funcionários em grupo de risco à COVID-19

Solicitar informações quanto ao quantitativo de funcionários com jornada de 6 horas e de 8 horas que se enquadram em grupo de risco, e que se encontram afastados do trabalho, sem função e sob as regras do ACT Emergencial de horas negativas.

CAT Covid - Emissão de CAT para todos os que tenham testado positivo para covid-19. Ofício já enviado ao banco. Retomar o tema em negociações.

Emissão de CAT – Emissão de CAT em todos os casos de suspeita de acidente de trabalho

Testagem Covid-19 – Testagem dos trabalhadores, inclusive terceirizados, com a máxima frequência possível;

Condições de Trabalho

Assédio Moral – Denunciar a postura abusiva de superintendentes, GRA, GSO e assemelhados das EMP, PAB e Personnalité.

Programas de avaliação de desempenho usados como instrumento de punição no trabalho

Exigir que os mecanismos avaliativos, como o NPS e o SQV, sirvam para fins corretivos e orientadores. Atualmente, vêm sendo usados e que não sejam justificativas para demissões por justa causa.

Certificações – Identificar funcionários sem certificação, principalmente os caixas.

Remuneração

Gratificação de função

Agente de Negócio: devido à sobrecarga de trabalho propõe-se uma gratificação de função de 50% do salário, com manutenção das atuais verbas salariais;

Plano de Cargos e Salários

Criar Grupo de Trabalho para discutir Plano de cargos e salários - PCS

Redução da taxa de juros nas linhas de financiamento dos funcionários

Com base no atual cenário da economia, com taxas de juros mais baixas, inclusive a SELIC, debater a redução do endividamento dos funcionários, com de 50% nas taxas de linha de crédito contratadas.

Programas de Remuneração próprios – Defender a renovação do Acordo Coletivo que garante o recebimento da Participação Complementar nos Resultados (PCR), negociação de acordo sobre programas como o Gera, para dar transparência às regras e impedir mudanças bruscas e unilaterais, e a concessão de bolsas de estudos

Cobrança de Metas durante a pandemia do novo coronavírus – Suspensão da cobrança de metas durante a pandemia

Teletrabalho

Equipamentos para execução de teletrabalho

Com vistas a evitar punições aos funcionários, elaborar campanha que indique o acesso e a leitura dos Termos de Adesão de aplicativos e equipamentos fornecidos pelo banco, tanto no período de teletrabalho quanto no uso diário nos ambientes de trabalho no banco.

Acordo Coletivo de Trabalho Emergencial

Aditivo ao acordo coletivo de trabalho emergencial de Banco de Horas Negativas – Propor aditivo ao acordo coletivo de trabalho emergencial tendo em vista a continuidade da pandemia e geração de saldo crescente de horas negativas. Pagamento das horas em um ano se torna inexequível.

Home office

Cobrar do banco a definição das tarefas a serem executadas por quem está em home office, e não deixar esta decisão nas mãos dos gestores.

Previdência complementar

Negociar um plano de previdência complementar válido para todos.

 

 

 

 

 

 

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