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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Suspensão das demissões e do Gera, o programa de remuneração variável baseado em metas que substituiu o Agir, e respeito aos protocolos de saúde e segurança contra a Covid-19. Estes foram os principais assuntos da negociação virtual da última sexta-feira (16/4) à tarde entre a Comissão de Organização dos Empregados (COE) e representantes da direção do Itaú. Os temas foram antecipados em ofício enviado pela Contraf-CUT, na quinta-feira (15), para agilizar a rodada.
O entendimento da COE é de que o país vive um momento gravíssimo em que não é possível a implantação de um novo programa como o Gera, baseado no cumprimento de metas. “O momento não é de pensar em metas, mas na saúde e na vida. Além do mais, muitos funcionários estão trabalhando com medo da doença, em número reduzido nas agências, e outros estão em home office, uma situação dificílima em que não há como cobrar metas. Fazer isso seria desumano”, afirmou Izabel Menezes, diretora do Sindicato e integrante da COE. Jair Alves, coordenador da COE, acrescentou que, além do mais, os empregados estão preocupados, pois a pressão tem sido grande e não conseguem se sentir motivados a cumprir o proposto pelo banco.
Jair acrescentou que o novo modelo é bem mais complexo e prejudicial, comparado ao Agir, com metas ainda mais difíceis de se atingir, principalmente na pandemia. E isso tem aumentado o clima de instabilidade, adoecimento e medo no ambiente de trabalho. “Há ainda a exigência de que os empregados tenham a certificação AMBIMA para fazer jus ao novo programa Gera. E, como é de conhecimento geral, essas provas, por enquanto, permanecem suspensas até 31 de maio de 2021, com previsão de retomada apenas em 1º de junho de 2021, o que ainda poderá sofrer alterações”, completou.
Demissões, não
O ofício reivindicou, ainda, a suspensão imediata de qualquer processo de demissão durante a pandemia da Covid-19. Na reunião, o banco disse que o nível de emprego tem se mantido estável, sem negar as demissões, mas argumentando que as admissões tem sido em número maior. Izabel argumentou que este é um momento grave em que é preciso manter as pessoas empregadas, até porque a economia está estagnada e quem for demitido dificilmente encontrará uma vaga.
Jair acrescentou que o número de demissões é muito alto e que o banco tem condições de manter o emprego desses trabalhadores. Caso não sejam mais úteis nos locais de trabalho atual, podem ser realocados. “O importante é não tirar o emprego dessas pessoas num momento tão difícil para o país”, defendeu.
Os representantes do banco argumentaram que não houve tempo suficiente para uma resposta ao ofício da Contraf-CUT, mas ficaram de apresentar uma posição de forma mais concreta em uma próxima rodada. Esta nova negociação deverá acontecer no início de maio.
Protocolos da Covid-19
A COE cobrou o respeito aos protocolos de prevenção da Covid-19. Solicitou que o banco divulgue novos comunicados orientando os gestores sobre cada item a ser colocado em prática para defender a saúde e a vida dos bancários e que não estão sendo respeitados.
Os integrantes da COE disseram que não está sendo cumprida a exigência de levantamento sobre quem esteve próximo a um funcionário contaminado. Esta seria uma forma dos gestores, pressionados a cumprir metas, afastarem apenas a pessoa infectada e não os suspeitos de contaminação. Ao fazer isto, estão colocando em risco a vida de todos, inclusive dos clientes. Os representantes do banco se comprometeram a enfatizar o cumprimento deste item do protocolo.
O banco também se comprometeu a determinar uma limpeza mais profunda nas agências, uma vez por semana, independentemente de haver, ou não, suspeita de contaminação, ficando de definir o dia que seria feita, segunda ou sexta-feira, como forma de higienizar a unidade. Lembraram que já reduziram o horário de atendimento em uma hora, passando o seu término das 15 para 14 horas. Comprometeram-se, ainda, a reforçar a orientação sobre o uso de equipamentos de proteção individual e de duas máscaras.
Lembraram que estão suspensas as visitas a clientes. O banco adiantou que no caso do funcionário afastado por suspeita de covid, estará garantida uma pontuação diária para que não seja prejudicado em relação a metas. Não disseram de quanto seria esta pontuação.
Compensação
Em relação às horas negativas, o Itaú apresentou um levantamento mostrando que 18% dos funcionários já tinham zerado as horas devidas através da compensação. Mas a situação é difícil para a maioria, inclusive porque gestores negam a compensação, sobretudo para quem está em home office. A situação será reavaliada a cada três meses. Caso os trabalhadores não consigam cumprir, haverá modificação nos prazos. A vacinação contra a gripe dos trabalhadores do Itaú começo na segunda-feira (19).