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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
Em reunião com a direção do Itaú na última sexta-feira (12/2), por videoconferência, a Comissão de Organização dos Empregados (COE) conquistou um modelo que amplia o período de compensação do banco de horas negativas e garante a avaliação das partes a cada três meses.
Na avaliação do movimento sindical o acordo representa uma vitória importante.
“A nossa maior preocupação é sempre em relação à pressão que é feita sobre os funcionários e este acordo garante aos bancários a compensação das horas negativas. É importante destacar também que, apesar desta pandemia ter resultado em mais ataques aos direitos dos trabalhadores pelo Governo Bolsonaro, a nossa categoria, graças ao trabalho dos sindicatos e a luta dos bancários, não teve perdas de direitos”, avalia Maria Izabel, diretora do Sindicato do Rio e representante da COE, que orienta pela aprovação da proposta.
Denuncie ao Sindicato
Izabel ressaltou ainda que caso haja pressão ou assédio moral, é preciso denunciar imediatamente ao Sindicato.
“A compensação não está nas mãos dos gestores. É preciso respeitar o acordo e qualquer pressão deve ser denunciada ao Sindicato”, acrescenta.
A cada três meses, a COE se reunirá com o banco para acompanhar se o acordo está sendo cumprido e se há casos de assédio moral ou de qualquer forma de pressão que traga prejuízo para a saúde ou desrespeite os direitos dos bancários, podendo ser prorrogado por mais seis meses, caso os trabalhadores não consigam zerar seus bancos de horas.
Há ainda casos específicos, como o de gestantes e de bancários licenciados por acidente de trabalho, que serão tratados separadamente.
Na próxima semana os funcionários serão convocados pelos sindicatos para uma assembleia, a fim de votar sobre o acordo.
Entenda o acordo
O acordo entre os empregados do Itaú e a direção do banco prevê que os bancários terão um período de 18 meses, a partir do mês de março, com o limite de duas horas por dia, para compensar as horas negativas. O acordo será revisado a cada três meses, podendo ser prorrogado em mais seis meses, caso os trabalhadores não estejam conseguindo zerar os seus bancos.
Se houver desligamento por iniciativa do banco, não serão descontado essas horas.
Demissões em massa
Os sindicalistas questionaram sobre as denúncias de mais de 200 demissões em todo o país. Segundo os bancários, a justificativa para as dispensas é o novo modelo de agências do banco, pois os trabalhadores dispensados não teriam o perfil exigido pelo banco. Há muitos relatos também de assédio moral de gestores, que ameaçam os trabalhadores usando a reestruturação como desculpa.
Os representantes dos bancários lembraram ainda que a promessa na apresentação do Projeto do banco do futuro: agência do Itaú 2030 de que o projeto-piloto começaria por apenas duas regiões e não haveria demissões não foi cumprido.
O banco negou que as demissões tenham alguma ligação com o novo modelo do banco, mas prometeu apurar as denúncias. O tema será debatido em uma nova reunião que será agendada na próxima semana.
A COE reivindicou que as demissões sejam suspensas até o encontro, mas o Itaú rejeitou a solicitação.
PCR
As negociações em torno do Programa Complementar de Resultados (PCR) ficaram para a próxima reunião, quando o banco se comprometeu a apresentar uma proposta.