Sexta, 05 Fevereiro 2021 16:17

Nem a pandemia freia os lucros e a ânsia para demitir trabalhador no Itaú

Maior banco privado do país faturou R$ 18,91 bilhões em 2020. Se levado em consideração a Provisão de Devedores Duvidosos (PDDs) lucro é ainda maior
O Sindicato realiza protestos e paralisações contra as demissões nos bancos privados. Os ganhos do setor financeiro mostram que não há motivos para as dispensas O Sindicato realiza protestos e paralisações contra as demissões nos bancos privados. Os ganhos do setor financeiro mostram que não há motivos para as dispensas

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

 

A crise sanitária e econômica neste período de pandemia do novo coronavírus derrubou os lucros de indústrias e estabelecimentos comerciais. Mas não os bancos. O Itaú obteve um lucro líquido de R$ 18,91 bilhões em 2020. Apesar de o resultado oficial mostrar ganhos inferiores em relação a 2019 (R$ 26,58 bilhões, queda de 28,87%), o faturamento é ainda maior do que o de qualquer outro setor da economia. Se levado em consideração a estratégia do sistema financeiro de transferir mais dinheiro para a Previsão de Devedores Duvidosos (PDDs) do que para o lucro líquido anunciado oficialmente, os ganhos são ainda maiores. O maior banco privado do país elevou em 26,13% as provisões, totalizando R$30,14 bilhões, número bem maior do que o lucro líquido.

“Os PDDs fazem parte do faturamento dos bancos. Temendo uma onda de calotes futuros, as instituições financeiras transferiram a maior parte dos ganhos para estas provisões. Fica a impressão de que os banqueiros ficaram acanhados de divulgar o crescimento de seus faturamentos, mesmo diante de uma crise agravada pela pandemia, até porque o Índice de Inadimplência superior a 90 dias, no país, caiu 0,7 ficando em 2,3%, o que não justifica tanto dinheiro transferido para as PDDs”, critica a diretora do Sindicato Vera Luiza Xavier. A sindicalista criticou também as demissões em massa no banco.

“Os números mostram que nada justifica tantas demissões no Itaú, a não ser a ganância e a desumanidade dos banqueiros”, acrescenta.

 

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