A negociação virtual com o Itaú, no último dia 20, teve como foco o chamado acordo do banco de horas negativas. Fechado em maio de 2020, garante direitos aos afastados ou em regime de rodízio nas agências, por conta da pandemia do coronavírus. O problema está no alto índice de bancários com mais de 400 horas negativas. Desta forma não seria possível cumprir o acordo de compensação no período de 12 meses.
A COE propôs aumento do período de compensação para 18 meses, com início em março e a revisão do acordo a cada três meses. Reivindicou ainda a possibilidade da inclusão de uma cláusula de prorrogação deste período por mais seis meses, caso os trabalhadores não estejam conseguindo zerar os seus bancos. Izabel Menezes, da COE e diretora do Sindicato, lembrou que a maioria das pessoas que estão no banco de horas negativas é do grupo de risco e está procurando preservar a sua vida.
“Nosso principal objetivo é garantir que as pessoas possam fazer a compensação sem atingir negativamente sua saúde e sua vida. Esperamos que o banco tenha sensibilidade para isto”, afirmou Izabel.
A COE questionou, também, como ficarão os casos de bancárias em licença maternidade e os que estão afastados por acidente de trabalho e não conseguirem zerar suas horas negativas. O Itaú ficou de avaliar a proposta e retornar sobre os questionamentos. Antes disso, reafirmou a cláusula que diz que se houver desligamento por iniciativa do banco essas horas não serão descontadas.

Atestado e PCR

O prazo para apresentação de atestados médicos para os que estão afastados por fazer parte do grupo de risco vai até 29 de janeiro. Devido à demora no debate sobre banco de horas, as negociações relacionadas ao Programa Complementar de Resultados (PCR) e ao Programa Bolsa Auxílio Educação 2021, foi transferida para uma próxima rodada. A COE pediu urgência neste agendamento, para resolver as questões antes que a nova direção assuma seus postos, no início de fevereiro.
O Itaú aceitou e prometeu apresentar um programa interno de treinamento de requalificação, como ampliação ao programa de Bolsas, que será estendido aos dependentes. O banco informou sobre o novo modelo de agências. Um projeto piloto começará por duas regionais: Guarulhos (SP) e São João do Meriti (RJ). Essas regiões foram escolhidas por contarem com agências de todos os portes. Informou ainda que haverá fusão das áreas comercial e operacional. Argumentou que o projeto não reduzirá o número de funcionários, mas vai ‘organizá-los melhor’, com ‘uma ressignificação’ dos cargos de gestão.