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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
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Imprensa SeebRio
Vem causando indignação nas redes sociais a simulação feita pelo Itaú relacionando o impacto das mortes causadas pela pandemia do novo coronavírus no Brasil sobre o Produto Interno Bruto (PIB). Estudo do banco, publicado pelo jornal Valor Econômico e pela Revista Carta Maior estima que se o país detiver a letalidade do vírus a 400 mortes por dia, o PIB crescerá 0,2% no segundo trimestre de 2021. Numa segunda hipótese, sem vacinação adequada, e com 600 mortes diárias, o PIB cairia para 1,2% no primeiro trimestre de 2021.
Comentários feitos no twiter da revista (https://twitter.com/cartamaior/status/1343540636994170881), criticaram o estudo. Uma das pessoas afirmou: “Somos só números, CPF, número de matrícula funcional, estatísticas”. Outra classificou os dados como “absurdos”.
O estudo frio do banco contrasta com o sofrimento de milhões de famílias brasileiros atingidas pela doença. O país registrou 1.075 mortes pela covid-19 nas 24 horas anteriores ao último balanço, às 20h desta terça-feira (29/12), chegando ao total de 192.716 óbitos desde o começo da pandemia. Foi o maior número de óbitos registrados em um só dia desde 15 de setembro. Com isso, a média móvel de mortes no Brasil nos últimos 7 dias foi de 633.
Mas os banqueiros não têm motivos para fazer contas frias sobre mortes e PIB. O sistema financeiro segue sendo o setor mais lucrativo do país. Mesmo com a pandemia o lucro dos bancos deve se manter num patamar muito elevado ao final de 2020, atingindo o montante fantástico de R$ 85 bilhões, conforme estimativa do Banco Central. Segundo o diretor de Fiscalização do BC, Paulo Souza o lucro menor é motivado pelo aumento das reservas que fizeram para cobrir eventuais calotes dos clientes. Se confirmado, o número mostrará uma redução de 35% em relação ao lucro recorde absurdo de 2019: R$ 118, 7 bilhões.