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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
A Comissão de Organização dos Empregados (COE), federações e sindicatos de bancários de todo o país farão uma campanha nacional, a partir da próxima semana, para denunciar o Itaú por demitir centenas de pais e mães de família em plena pandemia. A decisão foi aprovada pela COE, em reunião na última terça-feira (15/9). Será feita uma forte campanha de mídia, inclusive nas redes sociais, denunciando o Itaú.
Nas redes sociais
O lançamento da campanha será na próxima quarta-feira (23), com um tuitaço às 11h. A partir deste dia, as peças, matérias, vídeos e cards/memes feitos sobre o tema devem ser publicados nas redes sociais com a #ItaúNaoDemitaMeusPais.
Ao impor o corte maciço de pessoal, iniciado em 10 de setembro, o maior banco do país rompeu o compromisso assumido com o movimento sindical bancário de não demitir durante a crise do novo coronavírus. As demissões mostram a verdadeira face do Itaú que, em sua publicidade, aparece defendendo a solidariedade neste momento. Foram mais de 130 demissões em várias cidades do país. O banco disse que eram motivadas pelo encerramento da área de Veículos. Porém, denúncias mostram que também foram registradas demissões em agências, fato já admitido pelo banco.
Crueldade
“Além de descumprir o acordo, o Itaú age com crueldade com os funcionários que não deixaram de trabalhar em momento nenhum, mesmo com risco de serem contaminados e perderem a vida – como aconteceu com vários – que, por isto mesmo, deveriam ser valorizados. Mas, pelo contrário, a resposta do banco foi a deflagração de um processo nacional desumano de demissões em massa, sem nenhuma solidariedade ou responsabilidade social. Vamos denunciar esta atitude publicamente”, avisou Izabel Menezes, diretora do Sindicato e integrante da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú, que estará à frente da campanha.
Lucro de R$ 28 bilhões
A dirigente lembrou que não há qualquer justificativa para as demissões, até porque o Itaú teve um lucro de mais de R$ 28 bilhões no ano passado. “E não é só isso. O banco está sendo ainda mais cruel por colocar os bancários na rua num momento de estagnação econômica, em que não há vagas no mercado de trabalho. É preciso repetir: são pais e mães de família jogados no desemprego num momento de dificuldade extrema em todo o mundo”, frisou.
Novo presidente, velhas práticas?
O Jornal Valor Econômico publicou na segunda-feira (21), uma matéria tratando da mudança do presidente do Itaú. Enquanto o mercado está atento ao perfil de quem vai suceder Candido Bracher, 62 anos, na maior instituição financeira privada da América Latina, os funcionários do banco e os sindicatos estão preocupados com a manutenção dos empregos e as condições de saúde e de trabalho, inclusive para quem continuar em home offfice.
Para os especuladores e grandes acionistas não parece haver nenhuma preocupação com os empregos dos quais dependem as famílias. A gestão de Bracher foi marcada pelo avanço dos meios digitais e redução de agências físicas, gerando insegurança aos trabalhadores em função das demissões, feita pelo banco em plena pandemia e em desacordo com o que foi prometido à categoria de não dispensar ninguém durante o período da Covid-19.
A informação da matéria do Valor deixa claro que o próximo presidente vai acelerar esse processo de transformação das novas tecnologias e pelo fato de o Banco Central (BC) definir para o fim deste ano a estreia do open banking e do Pix, meio de pagamentos instantâneos, duas inovações que ameaçam o emprego dos bancários.
E o emprego?
A matéria do Valor diz que “os grandes bancos vinham até agora dosando o ritmo de fechamento de agências, que ainda são fonte importante de receitas. Com a queda drástica da utilização da rede física na crise, pode fazer sentido acelerar a transferência das contas para agências digitais”, diz a matéria.
“Se eles demitindo em massa, falam que as dispensas vinham sendo dosadas imagina no pós-pandemia, já que a crise sanitária serviu de laboratório para as empresas reduzirem as dependências físicas e o atendimento presencial. Em momento algum a presidência do Itaú sequer cita a questão do emprego e das condições dos funcionários, demonstrando que o compromisso social da empresa é apenas no mundo irreal de peças publicitárias milionárias e que não há nenhuma preocupação com a vida e o emprego de quem produz, com seu trabalho e à custa de sua saúde, os lucros do banco”, explica o diretor da Secretaria de Saúde do Sindicato, Gilberto Leal.