Terça, 01 Setembro 2020 18:24
JURÍDICO EM AÇÃO

Itaú demite bancária e Sindicato reintegra na Justiça

Decisão da 16ª Vara do Trabalho reafirma importância da preservação dos direitos da Convenção Coletiva, motivo de luta na campanha salarial deste ano
Thaís Melo de Moraes foi reintegrada em mais uma ação judicial vitoriosa do Departamento Jurídico do Sindicato Thaís Melo de Moraes foi reintegrada em mais uma ação judicial vitoriosa do Departamento Jurídico do Sindicato

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

 

O Departamento Jurídico do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro conseguiu mais uma vitória na Justiça, reintegrando a bancária Thaís Melo de Moraes com um mandado de segurança contra o Itaú, que havia demitido a funcionária irregularmente no dia 8 de outubro de 2019. O pedido de liminar derruba decisão que havia negado a tutela de urgência requerida para a reintegração. 

Dispensa invalidada

Thaís trabalha no banco desde junho de 2017, tendo recebido aviso de demissão sem justa causa no dia 8 de agosto de 2019. Diante do aviso prévio, o contrato de trabalho só terminou no dia 13 de novembro do mesmo ano.

Em sua sentença, a desembargadora Marise Costa Rodrigues, da 16ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, alega que “a dispensa não é válida”, já que a bancária estava doente e ingressou com processo do INSS para receber o benefício de Auxílio Doença (B-31). A perícia concluiu a “incapacidade laboral” da bancária e a dispensa ocorreu no curso do aviso prévio, tendo a empregada recebido o benefício previdenciário por mais de seis meses.

A magistrada cita a cláusula 27 da CCT 2018/2020 que prevê a “estabilidade de 60 dias após a alta médica para trabalhadores que ficam afastados em tempo igual ou superior a seis meses” e sua decisão garante todos os direitos de Thaís, inclusive o plano de saúde e a complementação do benefício previdenciário prevista na cláusula 29 da Convenção da categoria, anulando a rescisão do contrato de trabalho.

“O Itaú se acostumou a demitir funcionários que estão em licença médica e, na maioria dos casos, vítimas da própria política de pressão do banco por metas e da sobrecarga de trabalho. Mas enquanto estas demissões ilegais ocorrerem o Departamento Jurídico do Sindicato entrará em ação para reintegrar os trabalhadores na Justiça”, disse a diretora do Sindicato, Vera Luiza Xavier.  

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