Quinta, 02 Outubro 2025 06:35
MEDIAÇÃO NA JUSTIÇA

Demissões: TRT-SP deu 48 horas para o Itaú chegar a um acordo com sindicatos

Banco tem até esta sexta-feira (3) para apresentar proposta em relação às 1.100 dispensas feitas no setor de home office
Dirigentes sindicais do Sindicato do Rio e da Federa-RJ durante a manifestação nas agências do Itaú em Bonsucesso: solidariedade aos bancários demitidos Dirigentes sindicais do Sindicato do Rio e da Federa-RJ durante a manifestação nas agências do Itaú em Bonsucesso: solidariedade aos bancários demitidos Foto: Nando Neves

 

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

Com informações da Contraf-CUT

O movimento sindical segue mobilizado para que o Itaú Unibanco reveja as mais de mil demissões realizadas em 8 de setembro deste ano, a maioria na base de São Paulo. A decisão do banco de desligar funcionários que estavam em home office gerou grande comoção nacional e repercutiu amplamente na imprensa.

No Rio de Janeiro, o Sindicato dos Bancários retardou, no dia 25 de setembro, a abertura de três agências do Itaú em Bonsucesso, na região da Leopoldina, em protesto contra os desligamentos e em solidariedade aos empregados dispensados.

“Continuamos com a mobilização nacional contra as 1.100 demissões no conglomerado Itaú, o fechamento de agências, o assédio moral e as metas desumanas que têm adoecido os funcionários”, afirmou a diretora do Sindicato carioca e representante da COE (Comissão de Organização dos Empregados), Maria Izabel, durante a atividade.

Banco impede acordo

O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região solicitou a mediação do Tribunal Regional do Trabalho após o Itaú se recusar a negociar com os empregados demitidos e suas representações sindicais.

A audiência de mediação ocorreu na noite da última quarta-feira (1º de outubro). Como não houve acordo, o mediador concedeu 48 horas para que o banco apresente uma nova proposta e marcou uma nova audiência para esta sexta-feira (3), às 18h.

 Mobilização continua

Dirigentes da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) e de sindicatos reforçam a necessidade de participação da categoria nas atividades organizadas em defesa do emprego. Eles orientam que bancários e bancárias acompanhem as informações pelos sites, redes sociais e jornais das entidades.

“Juntamente com o sindicato, estamos aqui para defender o emprego e garantir que os direitos dos trabalhadores sejam respeitados”, disse o vice-presidente da Contraf-CUT, Vinícius Assumpção, que participa do processo de mediação a pedido do sindicato.

“É fundamental que os trabalhadores fiquem atentos aos sites, redes sociais e demais meios de comunicação da Contraf-CUT e dos sindicatos, e que participem das plenárias e atividades. Com união, podemos alcançar uma boa solução para os bancários”, acrescentou Vinícius.

A presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo e coordenadora do Comando Nacional, Neiva Ribeiro, destacou os esforços da categoria para buscar uma saída negociada.

“Já realizamos plenárias com os trabalhadores, diversas manifestações e paralisações para pressionar o banco a rever as demissões. Continuamos apostando na via negocial e, na sexta-feira, teremos uma nova audiência de mediação em busca de um acordo”, afirmou.

Funcionários humilhados

A coordenadora da COE do Itaú, Valeska Pincovai, denunciou que os trabalhadores foram chamados de “improdutivos” e desligados sem direito de defesa.

“O Itaú precisa reparar esse dano”, disse, criticando a postura do banco, que expôs os empregados na imprensa e prejudicou sua imagem diante da sociedade. 

Monitoramento desumano 

Os dirigentes sindicais questionamentos também o modelo de monitoramento do banco no trabalho remoto, considerado desumano por invadir a vida privada dos funcionários. 

“Além de tirar o emprego de milhares de trabalhadores, o Itaú tenta jogar a culpa nos bancários, apoiando-se em um monitoramento do trabalho remoto que é desumano e invade a vida familiar e privada das pessoas. Repudiamos essas práticas”, reforçou Jorge Lourenço, diretor do Sindicato do Rio, presente no protesto em Bonsucesso.

Mídia