Quinta, 25 Setembro 2025 12:42
LUTANDO PELO EMPREGO

Sindicato retarda abertura de agências em Bonsucesso contra mil demissões no Itaú

Atividades semanais seguem na defesa dos empregos e dos direitos dos bancários para conter dispensas e combater o adoecimento da categoria, tema de Audiência Pública na Câmara dos Deputados, em Brasília, nesta semana
Populares lêem o panfleto e a edição do Jornal Bancário durante o protesto do Sindicato do Rio, em Bonsucesso, contra as demissões no Itaú Populares lêem o panfleto e a edição do Jornal Bancário durante o protesto do Sindicato do Rio, em Bonsucesso, contra as demissões no Itaú Foto: Nando Neves

 

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

O Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro realizou, nesta quinta-feira (25), mais um protesto contra as demissões no Itaú Unibanco. Os dirigentes sindicais da capital fluminense reafirmaram que a campanha continuará em solidariedade aos mais de mil trabalhadores dispensados e para denunciar à sociedade o desrespeito do banco com a categoria e com os clientes.

A maioria dos desligamentos ocorreu em São Paulo, atingindo especialmente empregados em regime de trabalho remoto. A Comissão de Organização dos Empregados (COE) busca, em mesas de negociação, reverter as demissões, mas a direção do banco mantém sua postura intransigente.

O movimento sindical também critica a falta de critérios e de transparência nas decisões da empresa, que inclusive dispensou bancários que vinham cumprindo metas. Além disso, trabalhadores em home office relatam o caráter desumano do monitoramento eletrônico, que chega a invadir a privacidade dos empregados.

Clientes também prejudicados

As manifestações desta vez aconteceram em três unidades de Bonsucesso, bairro da Zona da Leopoldina: Praça das Nações, Cardoso de Morais e Avenida dos Democráticos (esta última, unidade Plataforma, que atende Pessoas Jurídicas). “Realizamos paralisações nas três agências de Bonsucesso, com atraso de uma hora na abertura das unidades. Nosso protesto é contra as mais de mil demissões promovidas pelo banco. O Itaú quer empurrar os clientes para as plataformas digitais, mas ignora que muitos idosos têm dificuldade de manusear os aplicativos e estas pessoas necessitam do atendimento presencial, que é um direito da população”, afirmou o diretor do Sindicato, Gilberto Leal, durante o ato.

Atividades vão continuar

O diretor sindical Jorge Lourenço criticou a política de extinção de postos de trabalho no setor financeiro e lembrou que a mobilização vai continuar. “Além das mil dispensas, atendemos diariamente funcionários que trabalham doentes, mas que ainda assim cumprem metas. Mesmo nessas condições, os bancos privados surpreendem os trabalhadores com demissões. Há uma comoção nacional diante desses desligamentos feitos pelo Itaú. Por isso, vamos intensificar as atividades, denunciar essas atrocidades cometidas pelos bancos na imprensa e nas redes sociais”, ressaltou Jorginho.

IA e o emprego bancário

Durante o protesto, os dirigentes dialogaram com os funcionários das três agências, destacando a importância da sindicalização e do apoio às campanhas em defesa dos empregos. Eles lembraram que o avanço das novas tecnologias, em especial a Inteligência Artificial (IA), deve servir para reduzir a jornada de trabalho e melhorar a qualidade de vida das pessoas, sem diminuição de salários, e não para extinguir postos de trabalho em nome do lucro. Na atividade foram distribuídos panfletos da campanha e a edição do Jornal Bancário desta semana, que traz na primeira página, a intensificação do movimento sindical na luta contra as demissões nos bancos privados.

Doença da mente e suicídios

A diretora do Sindicaro Maria Izabel, que é representante da COE (Comissão de Organização dos Empregados) falou das ações das entidades sindicais contra o adoecimento da categoria. "Continuamos com a mobilização nacional contra as 1.100 demissões no conglomerado Itaú, o fechamento de agências, o assédio moral e as metas desumanas que têm adoecido os funcionários", afirmou, destacando a importância da Audiência pública realizada na última terça-feira (23), pela Comissão do Trabalho da Câmara dos Deputados, em Brasília, que abordou a grave situação de saúde mental dos trabalhadores e trabalhadoras do setor bancário e outras categorias, classificada como uma verdadeira epidemia de adoecimento. 

"O encontro na Câmara dos Deputados contou com a participação do Adauto Duarte, representante da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) da área de Relações Trabalhistas e sindicais. Embora tenha insistido em negar a relação do adocimento mental da categoria à atividade laboral nos bancos, ele teve que ouvir os inúmeros relatos do grande número de bancários e bancárias com doenças psíquicas e depressão em função da pressão por metas e por medo de serem demitidos, que acontecem em todo o país", acrescentou Izabel. Na audiência pública foram relatados dois casos de trabalhadores bancários que tiraram cabo de sua própria vida, justamente no mês do 'Setembro Amarelo', que traz a campanha de prevenção ao suicídio e às doenças da mente e em defesa da valorização da vida.  

Confira a matéria da Audiência Pública na Câmara sobre adoecimento no trabalho:

https://www.bancariosrio.org.br/index.php/component/k2/item/14722-audiencia-na-camara-denuncia-modelo-de-negocio-dos-bancos-causa-sofrimento-e-doencas-metais-fenaban-nega

 

 

 

                                                                                   

Mídia