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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Olyntho Contente*
Imprensa SeebRio
Nesta terça-feira (11/3) dirigentes sindicais bancários reuniram-se com o Itaú, em São Paulo, no Grupo de Trabalho de Saúde. O objetivo foi cobrar soluções para problemas graves e crônicos, como falhas no atendimento das clínicas médicas terceirizadas que recebem quem volta de licença ou faz exames periódicos; a confiabilidade dos canais de denúncia; e o tratamento do banco em relação aos casos de assédio moral e sexual.
Além de representantes dos sindicatos do Rio, Minas e São Paulo, participaram integrantes da Comissão de Organização dos Empregados (COE). O Sindicato do Rio esteve representado pelos diretores Edelson Figueiredo, do GT, e Maria Izabel Menezes, da COE.
Além da solução dos problemas já citados, a COE e a bancada sindical no GT cobraram um retorno sobre a proposta de criação de uma cartilha de acolhimento e orientações para bancários afastados por licença saúde. O banco informou que incorporou o material sugerido ao IU Conecta e ao aplicativo interno, na seção relacionada à licença saúde.
Dívidas – Outro tema resgatado durante a reunião foi o parcelamento de dívidas dos bancários que retornam de afastamento médico, um problema recorrente para trabalhadores que enfrentam dificuldades financeiras após longos períodos afastados. O assunto deverá ser aprofundado nas próximas reuniões.
Farsa das clínicas médicas – Os sindicalistas levaram denúncias de bancários que compareceram a exames periódicos ou de retorno ao trabalho, mas já encontraram seus Atestados de Saúde Ocupacional (ASO) prontos, aguardando assinatura, sem que fossem avaliados. Os representantes do banco afirmaram que o diálogo com as empresas prestadoras será reforçado para corrigir essas irregularidades e que o compromisso é de melhoria contínua.
Outra medida apresentada pelo Itaú foi a criação de salas ocupacionais nas suas unidades próprias nas capitais e grandes cidades para receber quem retorna de licença ou para exame periódico. Mas os dirigentes bancários questionaram como ficará a situação dos trabalhadores de pequenas cidades, onde essas salas não serão implantadas.
Canais de denúncia – Outro problema discutido foi a falta de credibilidade do canal oficial de denúncias do banco. Como aconteceu no Rio de Janeiro, há relatos de bancários que utilizaram o canal e acabaram sendo demitidos, gerando desconfiança e desestimulando novas denúncias. O banco disse que há espaço para melhorias no serviço. A tentativa do Itaú de desqualificar os canais sindicais, sob o argumento de que recebem um número reduzido de denúncias, foi contestada pelas federações e sindicatos presentes.
A coordenadora do GT de Saúde, Rosângela Lorenzetti, reforçou a necessidade de aprimoramento destes canais e de acolhimento aos bancários em situação de afastamento. "O banco precisa garantir um ambiente de trabalho seguro e respeitoso, além de aperfeiçoar seus serviços de saúde. Vamos continuar monitorando essas questões e pressionando por avanços, principalmente no que diz respeito às denúncias de assédio e à confiabilidade do ombudsman", declarou.
O diretor do Sindicato, Edelson Figueiredo, falou da necessidade do funcionamento efetivo dos instrumentos de combate ao assédio. “São muitas denúncias no banco que serão debatidas também nas próximas reuniões. Infelizmente, a cada dia que passa, aumentam as denúncias de assédio moral, ligadas à exigência das metas a todo custo”, afirmou.
O Itaú também apresentou seu Guia de Orientação para o combate e prevenção aos assédios moral e sexual e à discriminação nos locais de trabalho. O material consiste em cursos obrigatórios para todos os funcionários, com atualizações anuais, e inclui vídeos e uma cartilha explicativa.
*Com informações da Contraf-CUT.