Terça, 28 Janeiro 2025 18:01

Itaú começa mal negociação sobre plano de saúde justo para os aposentados

Foto: Nando Neves. Foto: Nando Neves.

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Imprensa SeebRio

Representantes do Itaú disseram não ser possível suspender o reajuste dos planos de saúde, enquanto estiverem acontecendo as negociações para a manutenção de planos justos para os aposentados. A resposta foi dada aos representantes da Comissão de Organização dos Empregados (COE), nesta segunda-feira (27/1). A reunião foi marcada pelo banco após mobilização dos aposentados nas redes sociais.

A reivindicação faz parte de uma lista entregue ao Itaú no dia 20 de dezembro. A coordenadora da COE e diretora do Sindicato dos Bancários e Financiários do Rio de Janeiro, Maria Izabel Menezes, criticou. “Infelizmente o banco está se mostrando inflexível neste congelamento enquanto estiver ocorrendo a negociação. Só temos a lamentar, porque enviamos estas propostas ano passado. Esperamos algum avanço na negociação que vai haver agora no dia 4 de fevereiro”, afirmou.

“Eles não podem alegar que foi em cima da hora, pois está na mesa do Ministério Público desde outubro. Nós vamos continuar lutando. Queremos que o banco suspenda o reajuste”, afirmou Jair Alves, dirigente da Contraf-CUT e bancário do Itaú.

Entre os pontos prioritários da pauta de reivindicações estão ainda, a criação de uma faixa de plano de saúde específica para aposentados e a suspensão do reajuste dos planos enquanto as negociações estiverem em andamento. No entanto, o banco informou que não é possível suspender o reajuste, justificando que ele já foi aplicado em outras operadoras.

A justificativa foi rejeitada pelos aposentados, que ressaltaram que o banco teve tempo suficiente para discutir o tema internamente. Desde outubro, o assunto está em debate em um processo mediado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). No dia 3 de dezembro, uma negociação envolvendo aposentados, representantes dos trabalhadores, do MPT e do Itaú foi realizada, mas o problema persiste.

Uma nova reunião foi marcada para o dia 4 de fevereiro. “Nós esperamos que o banco mude sua postura e volte atrás na decisão”, destacou Jair, ao reforçar o compromisso de continuar defendendo os direitos dos aposentados. Uma das formas é assinar ao abaixo assinado dos aposentados. Clique aqui

Entenda melhor – Após cessar o período da manutenção da parcela de contribuição do banco, garantido pela Convenção Coletiva de Trabalho da categoria, o Itaú passa a impor aos trabalhadores e trabalhadoras, que se aposentaram, a migração do plano de quando estavam na ativa, de saúde familiar, para um plano individual e sem a contribuição do banco na mensalidade.

O valor do plano individual é de R$ 1.929, portanto o gasto pode chegar a quase R$ 4 mil, no caso de um casal. Outra questão que será debatida é sobre informações que justifiquem os valores hoje pagos pelos aposentados. Conforme a lei que regulamenta os planos de saúde privados no país (nº 9.656/98), o trabalhador pode manter o plano de saúde empresarial após 10 de contribuição, desde que assuma a mensalidade. Entretanto, apesar de reiterados pedidos do movimento sindical, o Itaú não revela quanto era sua contribuição no plano aos bancários, quando estavam na ativa, e tem cobrado valores de mercado.

O que está sendo reivindicado

  • 1- Que seja garantido aos aposentados isonomia com os funcionários ativos, e os mesmos critérios de subsídios/custeio do banco Itaú Unibanco, da Fundação Itaú Unibanco de Previdência Complementar, Fundação Saúde Itaú, oferecido e praticado aos funcionários ativos;
  • 2- Que seja garantido aos aposentados para efeito de assistência médico-hospitalar o Plano Especial 1, como primeira opção;
  • 3- Que seja aplicado a título de reajustes na contribuição/custeio dos planos de saúde-hospitalares dos aposentados, o índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) ou Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e que os reembolsos de consultas e exames tenham os mesmos critérios de reajuste das mensalidades.
  • 4- Que seja garantido aos aposentados, dependentes e agregados que se viram obrigados a se desligarem dos planos por impossibilidade de pagamento, o reingresso aos planos de saúde, nos termos desta proposta, estabelecendo-se um prazo de até 60 dias para adesão, a contar da assinatura desse acordo;
  • 5- Que seja garantido aos aposentados que estão vinculados aos planos: Plano Básico, Plano Especial, Plano Executivo, Plano Executivo I, Plano Executivo II e Plano Premium, um prazo de até 60 dias, a contar da assinatura deste acordo, para migrarem para o Plano Especial I;
  • 6- Que seja garantido aos aposentados à opção pela operadora Porto Seguro Saúde como a principal referência da promoção da assistência médico-hospitalar, por ser essa operadora contratada em 2012, pela Fundação Saúde Itaú, que oferece: “sua rede referenciada, composta por prestadores de serviços médico-hospitalares e laboratoriais, com objetivo de permitir aos beneficiários da Fundação o acesso aos serviços assistenciais de “saúde”, à nível nacional; ou outra operadora de referência em sua localidade geográfica, nas mesmas condições de atendimento e de preço. Que o banco e as fundações Saúde Itaú e Itaú Unibanco de Previdência Complementar apresentem a tabela atual dos custos e subsídios da Fundação Saúde Itaú;
  • 7- Considerando que vários funcionários se desligaram do banco através do PDV, findando nos meses de outubro, novembro e dezembro de 2024 o benefício do Plano Saúde, que seja prorrogado o PDV durante o período de negociação no MPT;
  • 8- Qualquer reajuste nos planos de saúde, somente se aplicará, sem retroatividade, após esgotadas todas as negociações no MPT;
  • 9- Os valores de contribuição que foram cobrados à maior nesses últimos cinco anos, deverão ser ressarcidos aos aposentados, corrigidos na forma da lei;
  • 10- Solicitamos uma representação de aposentados no conselho da Fundação Saúde Itaú.

 

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