Quarta, 07 Agosto 2024 20:09
PARAÍSO DOS BANQUEIROS

Itaú lucra mais que o dobro do Bradesco no semestre, mas também adoece e demite bancários

Maior banco privado do país fatura R$19,843 bilhões no período contra R$8, 927 bilhões do Bradesco, mas ambos não valorizam os funcionários
O Sindicato numa atividade da Campanha Salarial no Itaú: banco bate recorde de lucros mas adoece e demite bancários O Sindicato numa atividade da Campanha Salarial no Itaú: banco bate recorde de lucros mas adoece e demite bancários Fotos: Nando Neves

 

Carlos Vasconcellos 

Imprensa SeebRio 

O Itaú Unibanco bateu um recorde nos lucros no primeiro semestre de 2024, sem precedentes no sistema financeiro nacional O banco atingiu um lucro líquido recorrente de R$ 19,843 bilhões, aumento de 15,5% em relação ao mesmo período de 2023.

Demissões e adoecimento 

Só para se ter uma ideia da dimensão dos ganhos do Itaú, o Bradesco, segundo maior banco privado do país, faturou no mesmo semestre deste ano, R$ 8,927 bilhões, alta de 1,5% em relação ao mesmo período de 2023, ainda muito dinheiro, mas bem mais tímido se comparado com os ganhos da maior instituição financeira privada do Brasil, já que o faturamento do Itaú foi mais que o dobro do Bradesco. 

No segundo trimestre de 2024, o lucro líquido do Itaú foi de R$ 10,072 bilhões, uma alta de 3,1% em relação ao trimestre anterior. A carteira de crédito do banco também cresceu, atingindo R$ 1,254 trilhões, com destaque para operações de crédito pessoal, veículos e imobiliário.

Apesar de tantos ganhos, nem o Itaú nem o Bradesco dão valor ao trabalho de seus empregados, fechando agências, demitindo e adoecendo trabalhadores. 

"Apesar de tanto dinheiro, os bancos não valorizam os funcionários, adoecendo os bancários com metas desumanas, assédio moral, pressão psicológica e sobrecarga de trabalho. Quem continua trabalhando no Itaú está doente, muitos tomando remédios tarja preta e com medo de ser demitido", critica a diretora do Sindicato do Rio e representante da COE, Maria Izabel. 

"Não é possível que, com todos estes ganhos, os bancos não atendam as reivindicações gerais e específicas dos funcionários para a renovação dos acordos e da Convenção Coletiva"", destaca o diretor do Sindicato, Gilberto Leal.

No Bradesco a situação não é diferente. "Nem com os recentes problemas com seu sistema interno o Bradesco reduziu as metas gerando medo e aflição nos bancários. O funcionário vai trabalhar sem saber se no dia seguinte estará empregado tamanho o índice de dispensas", explicou o diretor do Sindicato e diretor executivo da Secretaria de Bancos Privados do Sindicato, Geraldo Ferraz.

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