Segunda, 05 Agosto 2024 18:28

Itaú altera unilateralmente regras para bancários sem CPA

Medida do banco é desumana e aumenta ainda mais a pressão sobre os bancários nas agências e outras unidades. Foto: Nando Neves. Medida do banco é desumana e aumenta ainda mais a pressão sobre os bancários nas agências e outras unidades. Foto: Nando Neves.

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Imprensa SeebRio

Em matéria publicada no site da Contraf-CUT, a Comissão de Organização dos Empregados (COE) denuncia que o Itaú alterou unilateralmente as regras sobre como alertar os funcionários que não possuem a Certificação Profissional Anbima (CPA). O texto lembra que, antes, para um bancário que não tinha a certificação e nunca havia feito a prova, o banco aplicava uma medida orientativa e concedia um prazo de 60 dias para realização do exame. Se o funcionário não realizasse a prova nesse período, recebia uma advertência e um novo prazo de 60 dias.

Caso o funcionário ainda não realizasse a prova, era advertido novamente e tinha mais um prazo de 30 dias. Se, ao final deste prazo, não obtivesse a certificação, era demitido. Os funcionários estão sendo surpreendidos com advertências, mesmo aqueles que realizaram a prova e não foram aprovados.

Maria Izabel Menezes, diretora do Sindicato e integrante da COE criticou o banco, lembrando que, com a mudança, os bancários, além do assédio sistemático e desumano pelo atingimento de metas, e da sobrecarga de trabalho, agora sofrem mais esta pressão descabida. “Mesmo aqueles que se inscreveram e estão bancando a preparação, podem ser advertidos. Tudo isto é um absurdo. Já procuramos o Itaú para resolver esta mudança na regra da cobrança da CPA”, adiantou Izabel.

Valeska Pincovai, coordenadora da COE, disse que o banco precisa avaliar cada caso individualmente, considerando as dificuldades de aprovação, problemas de saúde e outros fatores que possam interferir na obtenção da certificação. “A COE, através da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), enviou ofício ao banco solicitando a suspensão dessas advertências e uma reunião para tratar do problema”, disse.

O Itaú alega que já houve tempo suficiente para os funcionários obterem a certificação, que atualmente é obrigatória para todos os que trabalham com clientes, independente das regras do Banco Central. "Acreditamos que essa medida é muito injusta, pois cada caso deve ser avaliado individualmente. Trabalhadores com problemas de saúde ou em licença-maternidade não podem ser punidos!", reforçou a coordenadora da COE.

A COE Itaú alerta os trabalhadores para que fiquem atentos, pois três advertências podem levar a uma demissão por justa causa. “A orientação é que os funcionários procurem os sindicatos caso estejam enfrentando essa situação, para que medidas jurídicas sejam tomadas, caso necessário, e para garantir que não haja injustiças”, afirmou.

 

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