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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Olyntho Contente*
Imprensa SeebRio
“O encontro reforçou a importância do diálogo e da negociação para enfrentar os desafios e avançar em pautas essenciais para a categoria, ao mostrar que a união dos trabalhadores é fundamental para conquistar melhorias e garantir direitos”. A afirmação foi feita por Jair Alves, coordenador da Comissão de Organização (COE) do Itaú, ao comentar os debates do Encontro Nacional dos Funcionários do Itaú, que aconteceu nesta quinta-feira (6/6), em São Paulo.
No evento foram aprovadas a minuta específica de reivindicações a ser encaminhada ao banco e também os itens a serem discutidos com a Fenaban na negociação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). Jair destacou três pontos definidos como prioritários para negociação com o Itaú: diversidade, convênio médico e ramo financeiro, além dos pontos permanentes da mesa negociação, que são emprego, saúde, condições de trabalho, remuneração e segurança bancária.
CCT – Todos os pontos relativos aos itens da CCT, a serem negociados, bem como os referentes às estratégias da Campanha Nacional dos Bancários deste ano, serão levados para o debate e aprovação na 26ª Conferência Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, a ser realizada entre os dias 7 e 9 de junho, em São Paulo. O documento será posteriormente entregue ao banco.
Eleitas novas coordenadoras da COE – No final do encontro foi eleita a Comissão de Organização dos Empregados (COE) e suas novas coordenadoras: Maria Izabel Menezes, diretora do Sindicato dos Bancários e Financiários do Rio de Janeiro, e Valeska Pincovai. “Tivemos um excelente encontro, com a aprovação da pauta específica e da geral a ser negociada com a Fenaban. Para conquistar o que queremos será fundamental a unidade e a mobilização dos bancários e bancárias”, avaliou Maria Izabel.
A dirigente apontou como grande compromisso de assumir a coordenação manter o diálogo com o banco. “Estamos enfrentando momentos difíceis, com fechamento de agências e demissões”. Porém, ela garante que também vai buscar avanços. “Queremos, com muita luta e negociação, conquistar novos direitos, até porque a COE do Itaú tem uma tradição vanguardista, com conquistas como o GT de saúde. Este é o grande desafio para esta nova coordenação”.
Desafios – Valeska lembrou que há um grande desafio pela frente com as mudanças que estamos enfrentando com o avanço da tecnologia, a inteligência artificial e a disputa dos bancos e fintechs no mercado financeiro. “O fechamento de postos de trabalho e a mudança de modelo bancário afeta os trabalhadores bancários que estão sendo pressionados o tempo todo em meio a esse furacão. Estamos vivendo uma era de impacto profundo e isso afeta a saúde mental dos bancários. Eu espero que consigamos passar por estas mudanças de uma maneira humana, apesar da IA, na construção de saídas conjuntas por um melhor ambiente de trabalho, com respeito e preservação de direitos, criação de alternativas para conter os desligamentos e gerar novos postos de trabalho, tudo isso articulando com os sindicatos e trabalhadores bancários de todo país.”
Momento de mudanças – A primeira mesa de trabalho do encontro focou na análise de conjuntura, com a presença de Ivone Maria da Silva, presidenta do Instituto Lula. Ivone destacou a complexidade de realizar essa análise nos últimos anos. “Desde que entrei no banco, em 1989, eu vi várias mudanças no Brasil e no mundo. Uma crise econômica está causando uma crise política, isso no mundo todo,” disse Ivone. Ela apontou o crescimento do fascismo como um fenômeno recente e preocupante, exacerbado pelo governo Bolsonaro. “Nós ganhamos a eleição para presidente, mas não conseguimos mudar o congresso, e isso mantém nossos problemas, como os ataques ao movimento sindical, que ainda não cessou,” acrescentou.
Ivone também ressaltou a necessidade de aprender com os desafios enfrentados nos últimos anos, como o impeachment, a reforma trabalhista, a pandemia agravada pelo “desgoverno” e os ataques à democracia. “Temos também de avançar em pautas fundamentais para o nosso dia a dia, como da diversidade, dos direitos dos LGBT+, das mulheres, de raça e dos PCDs. É importante a gente pensar nisso, nessas mudanças da sociedade, com todas as evoluções tecnológicas, e como nós vamos estar inseridos nelas,” concluiu Ivone.
O que diz o banco – Daniel Spósito Pastore, diretor jurídico, trabalhista e criminal, relações sindicais e de segurança do trabalho do Itaú, reforçou a crença na importância do movimento sindical no país. “Fundamental num movimento natural e civilizatório como deve ser. E vocês exercem isso dentro da trincheira da defesa do trabalhador. Nós temos o nosso papel do lado empresarial e com negociações podemos avançar. A lógica é que temos de andar juntos neste processo, para levar as concordâncias para frente,” afirmou Pastore.
Daniel concordou com Ivone sobre a necessidade de mudança. “Tem pessoas que ainda estão presas nos modelos mentais de 60, 70 e 80. A gente sabe que ainda tem pessoas que estão presas no modelo mental pré-Lei Áurea, mas aí não vale a pena nem citar,” disse Daniel. Ele concluiu ao enfatizar o orgulho de fazer parte do movimento sindical dos bancários, considerado vanguardista nas negociações. “Nossa influência política é muito grande e a gente precisa manter, manter como indo para mesa, sendo vanguardista, fechando acordo, concordando em divergir e é isso que faz a diferença.”
Análise do balanço – O encontro continuou com uma análise do balanço do primeiro trimestre da holding e dos dados de 2023, feita pela economista e técnica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Cátia Uehara, uma apresentação do Diretor-presidente da Fundação Itaú, Reginaldo José Camilo, e debates sobre as ações do Grupo de Trabalho (GT) de Saúde e sobre diversidade e segurança bancária.
*Com informações da Secretaria de Comunicação da Contraf-CUT.