Quinta, 07 Dezembro 2023 20:29

Protestos em todo o país denunciam Itaú por assédio, adoecimento e demissões

Maria Izabel Menezes, dirigente do Sindicato e da COE, fala com bancários e clientes durante protesto na agência Itaú Senador Dantas, no Rio de Janeiro. Foto: Nando Neves. Maria Izabel Menezes, dirigente do Sindicato e da COE, fala com bancários e clientes durante protesto na agência Itaú Senador Dantas, no Rio de Janeiro. Foto: Nando Neves.

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Imprensa SeebRio

Nas principais cidades do país, como no Rio de Janeiro, protestos organizados pelos sindicatos denunciaram à população, nesta quinta-feira (7/12), a gestão desumana posta em prática pelo Itaú, através da imposição sobre bancárias e bancários do assédio moral ligado às metas, gerando o aumento de doenças psíquicas, como o estresse agudo e as síndromes do pânico e de burnout. Esta situação é agravada pelas demissões em massa cuja consequência é uma cada vez maior sobrecarga de trabalho.

No Rio de Janeiro, capital, o Sindicato atrasou em uma hora o início do expediente na agência da Rua Senador Dantas, onde foi feita reunião com os bancários e entregue documento de denúncia do Itaú aos clientes. Os dirigentes sindicais lembraram que este ano o banco, para comemorar seus 100 anos de existência, vem fazendo uma campanha publicitária tentando mostrar-se como um grupo econômico moderno e preocupado com funcionários e clientes, escondendo a cruel realidade.

“No discurso e na propaganda tudo é muito bonito, mas esconde a dura realidade de um banco que assedia, adoece e demite os funcionários, mesmo tendo sido estes os responsáveis pelo lucro recorde de mais de R$ 26 bilhões nos nove meses deste ano, o que é desumano e inadmissível. Estamos hoje nas ruas, protestando e paralisando agências para mostrar o que se esconde por trás da publicidade”, afirmou Maria Izabel Menezes, dirigente do Sindicato e da Comissão de Organização dos Empregados (COE) durante ato em frente à agência Senador Dantas.

Mais assédio, mais adoecimento

Dados da última Consulta Nacional à categoria bancária, realizada pelo Comando Nacional dos Bancários em julho de 2023, apontam que a cobrança excessiva de metas causa diversos malefícios à saúde dos trabalhadores. A preocupação constante com o trabalho é um sintoma que afeta 68% dos bancários; 61% sofrem com cansaço e fadiga constantes; 52% sentem-se desmotivados e não têm vontade de trabalhar; 46% têm crises de ansiedade/pânico.

“Demissões em massa, fechamento de agências, terceirizações e cobranças abusivas de metas levam o medo do desemprego e o adoecimento aos funcionários”, disse o coordenador da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú, Jair Alves, durante manifestação em São Paulo.

“Todo final de ano o banco realiza uma campanha de publicidade para exaltar sua marca ou para trazer esperança e otimismo. Ontem, foi lançada uma propaganda sobre a mudança da marca, que tenta mostrar modernidade e a constante inovação. Mas, para os funcionários, a realidade é de medo, assédio e da velha exploração dos trabalhadores”, criticou o dirigente sindical.

Participe da pesquisa

A Confederação Nacional do Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), juntamente com as federações e sindicatos de bancários que fazem parte do Comando Nacional dos Bancários, querem saber quais são os problemas enfrentados pelos funcionários do Itaú no ambiente de trabalho.

Para isso, estão realizando uma consulta aos funcionários do Itaú, com uma única pergunta de múltiplas escolhas, para que eles digam: “O que pode ser feito para melhorar seu ambiente de trabalho?” Para responder, basta acessar o questionário clicando aqui.

“Se o Itaú não quer saber a opinião dos funcionários, a gente quer! Queremos mostrar ao banco que o multiverso criado nas campanhas publicitárias é muito diferente da realidade dentro do banco”, disse o coordenador da COE/Itaú. “Mas nossa intenção não é destruir o multiverso criado pelo banco. O que queremos é que o mundo maravilhoso das campanhas publicitárias se torne realidade! Queremos a manutenção do emprego e um ambiente saudável para trabalhar!”, concluiu.

Pouco caso com clientes

O descaso do Itaú também afeta os clientes, já que as demissões, além de gerar desemprego e sobrecarga de trabalho aos que ficam, prejudicam a qualidade do atendimento. Dados do último balanço do Itaú, divulgado no início de novembro, mostram que entre setembro de 2022 e setembro de 2023, o banco fechou 1.082 postos de trabalho e 180 agências físicas, reduzindo sua rede de atendimento.

 

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