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Imprensa SeebRio

O Itaú foi alvo nesta terça-feira (28/11) de um grande protesto no estado do Rio de Janeiro, Espírito Santo e também na Bahia e demais estados do Nordeste. A região foi escolhida por estar subordinada a uma diretoria que estaria impondo um esquema desumano de assédio moral para o cumprimento de metas inatingíveis, maior do que nas demais, adoecendo bancários e bancárias, submetidos a ameaças e todo o tipo de pressão. Houve manifestações também no Bradesco. Veja aqui.

“Além das demissões e extinção de agências temos recebido seguidas denúncias de que os bancários do Itaú desta região vêm sofrendo um assédio maior que o restante do país, por isto organizamos esta mobilização para denunciar o que está acontecendo”, explicou Maria Izabel Menezes, dirigente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro e da Comissão de Organização dos Empregados (COE). Em função da pressão, tem aumentado o número de bancários e bancárias adoecidos, que passam a ter que tomar medicamento de tarja preta por serem vítimas de doenças psíquicas, como síndrome de bournot, crise de pânico, depressão e ansiedade.

Protesto no Rio

Izabel disse que mesmo com o lucro acima de R$ 26 bilhões nos últimos nove meses, o Itaú continua pressionando por mais vendas de produtos e cortando custos através do fechamento de unidades e da troca de bancários por novos com menores salários para lucrar ainda mais. “O Itaú trata com desumanidade e requinte de crueldade justamente os que foram os responsáveis pelo aumento do lucro. Em vez de valorizá-los, os demite e troca por contratos de menor remuneração no chamado turn over”, denunciou.

No Rio de Janeiro houve atraso na entrada das agências Rio Branco 123 e 18, Buenos Aires e Sete de Setembro. A primeira delas absorveu a demanda de outras sete que foram fechadas, provocando um acúmulo enorme de tarefas, o que certamente explica o aumento do número de adoecimentos, o se repete em outras unidades que passam pela mesma situação de sobrecarga de trabalho.

Homenagem a Marco Hamellin

Durante o atraso para o início do expediente, diretores do Sindicato conversaram com os bancários e clientes. Atores fizeram um esquete sobre a ganância dos banqueiros e prestaram homenagem ao ex-ator e diretor da Cia de Emergência Teatral, Marco Aurélio Hamellin, que faleceu em 20 de julho de 2021. A atriz Fátima Patrício, que trabalhou na companhia junto com Hamelin, interpretou uma de suas personagens mais famosas, a Faxineide.

Empregada doméstica, a personagem dizia, com ironia, ‘não entender’ porque os banqueiros ficavam sempre tão mais ricos, enquanto a população, atingida pelos juros extorsivos, tarifas e os bancários por demissões e baixos salários, ficavam cada vez mais pobres. O esquete foi um momento de profunda emoção, já que o ator e diretor, muito famoso e querido pela categoria, deixou sua marca registrada: o humor crítico como forma de denúncia pública dos desmandos dos donos do poder.