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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
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Imprensa SeebRio
Na reunião do Grupo de Trabalho (GT) de Saúde, nesta terça-feira (17/10), dirigentes sindicais bancários expressaram a necessidade de fazer ajustes no canal de denúncias do Itaú relacionadas a condutas inadequadas, sobretudo casos de assédio. As mudanças seriam vitais para garantir a confiabilidade entre os bancários, como a garantia do sigilo total e a agilidade nas respostas aos relatos.
No encontro o banco informou ter havido um aumento na procura pelo canal, um fato que demonstraria a confiança dos bancários. Maria Izabel Menezes, dirigente da Comissão de Organização dos Empregados (COE) e do Sindicato, observou, no entanto, que, na visão dos sindicalistas a maior demanda confirma o crescimento do assédio.
“O canal de denúncias ainda precisa passar por muitos ajustes porque a confiança no sistema ainda é muito baixa. É preciso garantir que o conflito será apurado e resolvido. Por outro lado, vêm crescendo o número de casos de pessoas sofrendo ameaças feitas pelos denunciados. Dissemos ao banco que esta não é uma questão pontual, mas generalizada. O Itaú escutou, ficando de dar um retorno”, disse.
Insegurança
Jô Araújo, também diretora do Sindicato, representou a Secretaria de Saúde da entidade e relatou aos representantes do Itaú que as pessoas sentem ainda muita insegurança em relação ao canal e com razão. “Também achamos que estas denúncias não são cem por centro seguras e sigilosas. Cobramos que haja uma abertura maior para que o movimento sindical participe do debate em relação à forma como deve funcionar este canal e que o banco nos forneça informações sobre as denúncias e resultados das apurações. Sem que isto aconteça, vamos continuar não confiando”, acrescentou.
Citou que logo que foi lançado o canal com o ombudsman recebendo as denúncias, bancários diziam que não confiavam porque constataram que, na prática, não havia sigilo. Outros declaravam terem sofrido retaliações. Outro caso foi o de um gestor de agência que teve seis reclamações contra ele e o ombudsman considerou improcedente.
O que diz o ombudsman
O encontro do GT buscou o aprimoramento do canal interno de denúncias. O ombudsman do Itaú fez uma apresentação sobre o trabalho e revelou os números de apurações e as ações empreendidas em relação a condutas inadequadas.
Durante a apresentação, ressaltou a importância da divulgação do canal e forneceu informações sobre como os funcionários podem reportar incidentes, incluindo vídeos e podcasts que abordam a construção de ambientes saudáveis com ênfase na segurança psicológica.
A coordenadora do GT, Luciana Duarte, reivindicou maior agilidade nas apurações, bem como total preservação da identidade do denunciante. “O sigilo absoluto da denúncia e um retorno satisfatório sobre as ações tomadas são fundamentais”, afirmou. “É fundamental que os bancários se sintam seguros ao denunciar casos de assédio moral, assédio sexual ou qualquer forma de discriminação no ambiente de trabalho”, completou.
O GT de Saúde enfatizou que é inaceitável que, em alguns casos, denunciantes sofram retaliações, como demissões ou transferências, o que permite que os assediadores continuem impunes. “Nós apresentamos exemplos da necessidade de uma ação mais efetiva nesse sentido. A criação de relações saudáveis e respeitosas no ambiente de trabalho é uma prioridade inegociável”, garantiu Luciana.
Outra demanda apresentada pelo movimento sindical foi a participação ativa na apuração dos casos de denúncia. O banco se comprometeu a reavaliar as situações discutidas durante a reunião e a continuar o diálogo sobre esse tema crucial.