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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Olyntho Contente
Foto: Nando Neves
Imprensa SeebRio
A greve de 24 horas desta sexta-feira (29/1) contra o plano de desmonte da estrutura do Banco do Brasil contou com a participação dos funcionários de prédios administrativos, agências, postos de atendimento e agências de negócios de todo o país. A paralisação fortaleceu a luta nacional contra a chamada ‘reestruturação’ do BB e mostrou a disposição do funcionalismo de barrar o desmonte, preparatório da privatização, e exigir a abertura de negociação.
Outro objetivo alcançado pela mobilização foi o aumento do desgaste do governo ao chamar a atenção da opinião pública e trazer para o centro do debate nacional a denúncia sobre os efeitos negativos do plano e seus reais interesses. Entre estes efeitos estão os prejuízos impostos aos funcionários do BB, seja pela redução de 5 mil postos de trabalho e o corte dramático da remuneração em todos os níveis, o que, somado ao fechamento de quase 400 agências e a transformação de 300 outras em postos de atendimento, aumentará o caos no atendimento à população neste momento grave de pandemia.
Grande repercussão
A paralisação fez com que a imprensa empresarial, mesmo que a contragosto, noticiasse o movimento, o que ampliou ainda mais a denúncia do plano. Tiveram também este papel, os protestos promovidos pelos funcionários e sindicatos, nas principais cidades do país. A greve de 24 horas teve repercussão, ainda, na imprensa estrangeira, nas redes sociais, blogs, sites sindicais e canais de esquerda do You Tube, além de ser relatada em mensagens no instagram, whatsapp e facebook, e nas hashtags bancárias, como a #MeuBBValeMais, #BBLutoeLuta e #BBSemCaixasNão.
A Comissão de Empresa dos Funcionários (CEBB) vai se reunir na próxima terça-feira (2/2) para fazer uma avaliação mais detalhada da paralisação. Na ocasião definirá os próximos passos da mobilização. Diretora do Sindicato e integrante da CEBB, Rita Mota falou da importância da greve de 24 horas, classificando-a como um passo importante para o fortalecimento da luta contra a imposição do desmonte.
“Estamos no meio de uma guerra que vai continuar até atingirmos nossos objetivos que são defender os empregos, a remuneração e demais direitos do funcionalismo do banco que estão sendo flagrantemente desrespeitados e, ao mesmo tempo, defender o próprio Banco do Brasil que o governo Bolsonaro quer privatizar”, afirmou. Qualificou como determinante para alcançar a vitória o empenho dos que participaram da paralisação, mas ressaltou a importância de ampliar o movimento. “É preciso que todos entendam que se passar a reestruturação, sem mobilização virão outras que levarão ao fim do Banco do Brasil, dos nossos empregos e demais direitos”, alertou.
Rio de Janeiro
No Rio de Janeiro o anúncio da greve de 24 horas fez com que gestores tentassem inviabilizá-la, através da pressão e da concessão de VPNs para o trabalho remoto. As medidas, no entanto, não atingiram o seu objetivo. Agências fecharam para o atendimento, outras abriram, porém com número reduzido de funcionários e grande parte dos que estavam em home office não acessou o ponto.
Embora o corte covarde da remuneração imposto pelo plano atinja a todos, o segmento com maior adesão foi o dos caixas. Os funcionários tiveram a função extinta, perdendo, em média, 1/3 da remuneração.
A diretoria do Sindicato, percorreu as agências do Centro da Cidade e o prédio administrativo da Rua Senador Dantas. Este último estava quase completamente vazio. Na porta do Sedan foi feito um protesto denunciando o governo Bolsonaro pelas demissões e sobre como a diminuição da estrutura do banco afetará a população e o país.
Na agência Cinelândia – fechada para o atendimento – o gestor tentou barrar a entrada dos dirigentes. A presidenta do Sindicato, Adriana Nalesso, e o diretor da entidade Roberto André, acionaram a Superintendência que autorizou a entrada, um direito previsto em lei.
A diretoria percorreu, ainda, as agências Rodrigo Silva e Rio Branco, onde houve paralisação. Nesta, a Cia de Emergência Teatral fez um esquete, como parte de um ato público (para ver clique aqui), denunciando a extrema contradição do presidente Jair Bolsonaro, que diz querer economizar com o desmantelamento do BB e gastou mais de R$ 15 milhões com a compra de leite condensado.