Sexta, 29 Janeiro 2021 15:29

Na paralisação do BB, atores ironizam Bolsonaro por gastar R$ 15 milhões com leite condensado e alegar economia com desmonte

Cia de Emergência teatral faz esquete durante ato na paralisação do BB Cia de Emergência teatral faz esquete durante ato na paralisação do BB

Olyntho Contente

Foto: Nando Neves

Imprensa SeebRio

Além de paralisar suas atividades nesta sexta-feira (29/1), em todo o país (veja matéria clicando aqui), os funcionários do Banco do Brasil fizeram protestos de rua denunciando os reais motivos que levaram o governo Bolsonaro a anunciar um plano que desmonta a rede de agências do BB, como abrir espaço para que os bancos privados seus concorrentes ampliem seus negócios. Atores da Cia de Emergência Teatral, durante ato em frente à agência da Avenida Rio Branco, esquina com Rua da Assembleia, ironizaram Bolsonaro por alegar que o desmonte vem para reduzir as despesas do banco, mas gastar R$ 15 milhões do Orçamento da União na compra de leite condensado.

Para agravar os prejuízos causados pelo que o governo chama de ‘reestruturação’, a intenção covarde é desmantelar o BB justamente num momento de pandemia em que a população e a economia do país mais precisam do banco. O desmonte ignora as necessidades da população que passará ainda mais tempo nas filas. A retomada da economia no pós pandemia também será prejudicada com a redução do tamanho do BB.

Cidades ficarão sem agência

Em milhares de municípios a agência do banco é a única existente. Com o desmonte, vários deles ficarão sem ter como fazer operações bancárias ou obter crédito. O plano reduz ainda a capacidade do BB de financiar a retomada do crescimento econômico, pós-pandemia.

A alegação do governo é a mesma feita quando ataca o setor público – hospitais, Previdência Social, Correios, Petrobrás: cortar custos. Uma argumentação mentirosa que esconde a sua real intenção que é a de passar para o setor privado atividades altamente lucrativas que vêm sendo sucateadas, deixando a população e o país sem um serviço público essencial.

A privatização tem outros aspectos negativos: descapitaliza o Estado brasileiro, corta investimentos públicos aumentando o desemprego, a miséria, a desindustrialização e a dependência econômica. Com as privatizações o Brasil fica ainda mais à mercê dos países desenvolvidos, principalmente dos Estados Unidos, intenção que o governo Bolsonaro sempre deixou evidente.

Bolsonaro é imoral

O governo de Jair Bolsonaro gastou mais de R$ 1,8 bilhão em alimentos em 2020. Um dos itens que mais chamou a atenção foi o gasto de mais de R$ 15 milhões com leite condensado. Um dos pratos preferidos do presidente é comer o produto com pão.

As informações são do (M) Dados, do portal Metrópoles. O Executivo federal também gastou mais de R$ 2,2 milhões com chicletes, R$ 32,7 milhões com pizza e refrigerante e R$ 6 milhões com frutos do mar. O órgão que teve mais gastos foi o Ministério da Defesa, que gastou R$ 632 milhões com alimentos, incluindo mais de R$ 2 milhões só com vinhos.

Reportagem do UOL mostrou que os dados apresentados pelo Metrópoles levaram em consideração apenas as contratações feitas em 2019 e pagas em 2020. Considerando o que foi efetivamente pago em 2020, os valores são diferentes: R$ 20,2 milhões em leite condensado, R$ 10,5 milhões em bombons, R$ 48,6 milhões em refrigerantes.

 

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