Sexta, 12 Julho 2024 18:38

Financiários mostram distorções raciais e de gênero na categoria e cobram da Acrefi igualdade de oportunidades

O Sindicato defende igualdade de oportunidades para financiários, bancários e todos os trabalhadores do setor financeiro O Sindicato defende igualdade de oportunidades para financiários, bancários e todos os trabalhadores do setor financeiro Foto: Imagem

 

Carlos Vasconcellos 

Imprensa SeebRio 

Com informações da Contraf-CUT 

Dirigentes sindicais, representantes dos trabalhadores das financeiras, se reuniram nesta sexta-feira (12), com a Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi) para a mesa de negociação sobre igualdade de oportunidades no setor.

A pedido da categoria, a economista Cátia Toshie Uehara, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), apresentou um levantamento elaborado a partir da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), de 2022, e que comprova desigualdade entre homens e mulheres e brancos e negros, no setor financiário.

Poucos negros 

Toshie mostrou que, enquanto que em todo o país, os negros (pretos e pardos) representam 55,5% da população, no setor financiário são apenas 22,06% contra 68,25% de empregados brancos. 

Outra distorção é que negros e negras ganham menos que pessoas de raça branca, com remuneração média mensal que corresponde a 69,7% do que recebem os financiários brancos, uma defasagem de 30%.

Mulheres também ganham menos 

A técnica do Dieese mostrou ainda que, apesar de as mulheres representarem 52% do total de trabalhadores financiários, o setor paga a elas 57,29% da remuneração mensal média recebida pelos homens.

PcDs sem oportunidades 

O levantamento apontou também que o setor tem baixíssima contratação de pessoas com deficiência (PCDs), que compõem somente 1,93% de toda a categoria.

O coordenador do Coletivo Nacional dos Financiários da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Jair Alves, ressaltou o dever de o setor corrigir as distorções, a partir da contratação de mais negros e negras e do cumprimento da lei de igualdade salarial dentre homens e mulheres.

"Nós cobramos uma resposta afirmativa sobre todos esses pontos, em primeiro lugar, porque se trata de igualdade de oportunidades e salariais que precisam e devem ser respeitadas pelas empresas do setor. Em segundo lugar, para avançarmos nas outras pautas da campanha", completou.

O movimento sindical solicitou ainda uma pesquisa sobre os trabalhadores e trabalhadoras do setor, no modelo da que já é feita na categoria bancária. 

"Convocamos os financiários a participarem das atividades da Campanha Salarial e a ampliarem o número de trabalhadores sindicalizados É com Sindicatos fortes e a categoria Unida e mobilizada que o trabalhador conquista mais direitos, maior salário e melhores condições de saúde e de trabalho ", disse o diretor exwcutivo da Secretaria de Bancos Privados do Sindicato do Rio, Geraldo Ferraz. 

Confira abaixo, o calendário dos trabalhadores das financeiras. 

 Calendário de Negociações 

16/07 – Emprego: incluindo a questão do teletrabalho (Manhã)

19/07 – Saúde e condições de trabalho (Tarde)

23/07 – Cláusulas econômicas (Manhã)

30/07 – Cláusulas econômicas (Tarde)

 

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