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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Olyntho Contente*
Imprensa SeebRio
O funcionamento da Caixa Econômica Federal está muito próximo de uma situação caótica, devido ao aumento do uso do banco por Bolsonaro, num vale-tudo para tentar conseguir votos. Através da CEF, o governo tem lançado diversos produtos voltados para a população mais pobre e para as mulheres, segmentos que votam maciçamente no candidato Luiz Inácio Lula da Silva. Entres estes produtos estão o auxílio Brasil, empréstimos consignados e a promoção para quitar dívidas com desconto que chegam a 90%, válida só este ano, claro
Esta jogada eleitoral tem aumentado em muito a procura pelas agências da Caixa, gerando sobrecarga de trabalho e o aumento das filas e tempo de espera. A situação se tornou caótica porque, ao mesmo tempo, o governo manteve a sua política de desmonte da estrutura do banco, sem contratar novos empregados e reduzindo os recursos para a aquisição de insumos utilizados no dia a dia do atendimento aos clientes.
Compra de votos
Para as entidades de representação dos empregados, como a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), o banco está sendo utilizado com finalidades políticas e as condições de trabalho precarizadas.
“As empregadas e empregados, que já estavam sobrecarregados, estão tendo que trabalhar ainda mais. Em alguns casos, o tempo de espera para atendimento é de mais de três horas”, observou a bancária da Caixa e diretora executiva da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Eliana Brasil.
Uso eleitoreiro
Entidades de representação dos empregados, como a Contraf-CUT e a Fenae, vêm denunciando o uso da Caixa para finalidades políticas desde a gestão de Pedro Guimarães e, após a sua queda, a continuidade deste mal-uso pela atual gestão, com a criação de produtos voltados às mulheres.
Desde o dia 11, a Caixa passou a conceder empréstimo consignado aos beneficiários do Auxílio Emergencial. Na segunda-feira (17), a presidenta do banco afirmou que, até sexta-feira (14), a Caixa havia concedido R$ 1,8 bilhão de crédito consignado a 700 mil beneficiários do Auxílio Emergencial. Ou seja, bastaram três dias para que houvesse tamanha disponibilização de recursos.
Outros bancos também foram liberados para conceder empréstimos consignados para este público, mas consideram a operação arriscada e não abriram esta linha de crédito.
Coincidência ou não, a população de baixa renda e as mulheres compõem justamente os públicos onde a rejeição ao presidente da República e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), é maior. Isto fez com que o Ministério Público visse o possível “desvio de finalidade” e uso “meramente eleitoral” da Caixa e pedisse a suspensão da concessão pelo banco de empréstimo consignado aos beneficiários do Auxílio Emergencial.
“Estamos denunciando o uso político da Caixa desde quando Pedro Guimarães estava à frente do comando do banco e, como vemos, a atual gestão manteve esta mesma postura”, disse a diretora da Contraf-CUT.
*Com informações da Assessoria de Comunicação da Contraf-CUT e do site Metrópoles.