A CEE-Caixa (Comissão Executiva dos Empregados da Caixa Econômica Federal) cobrou da direção da empresa, em negociação específica realizada na última sexta-feira (12), quais as providências tomadas pelo banco em relação às graves denúncias de assédio sexual e moral na estatal. Os representantes da Caixa informaram não ter as informações, pois o processo corre em sigilo na CORED (corregedoria interna). A CEE ressaltou a necessidade de que a apuração seja eficaz e ágil.
O movimento sindical apontou ainda diversos problemas no programa ‘Caixa para Elas’, que se “veste” de ação social, mas que, na prática, é mais um instrumento para cobrança de metas (sobre a venda de produtos para as mulheres que procuram esse atendimento para que sejam ‘empreendedoras’) e criticaram também o uso político do programa. Na opinião dos sindicatos, o projeto foi lançado com o objetivo de amenizar a repercussão negativa dos escândalos das denúncias, que não são tratadas com a devida seriedades.
A CEE questionou a sobrecarga de trabalho nas agências digitais que receberam a migração de atendimentos das agências físicas sem a mão de obra necessária para absorver a nova demanda. Esta situação vem gerando adoecimento dos empregados em prazo curtíssimo (três a quatro meses), uma vez que agravaram as condições de trabalho que já eram precárias.
A Caixa alegou ter havido melhora na qualidade do atendimento. No entanto não consultou os empregados envolvidos no processo, que haviam recebido a informação de que haveria reforço de lotação nas unidades, mas que, até o momento, não viram a realidade ser coerente com as informações da empresa.

Teletrabalho

A negociação deveria ter como tema principal, o teletrabalho, no entanto, o banco disse que só tratará deste item após ser definido na mesa única de negociação, entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), que tratou do assunto na reunião da última segunda-feira (15).
“A Caixa então agendou a nossa negociação específica sobre teletrabalho para esta terça” (16), explicou Rogério Campanate, da CEE e diretor da Secretaria de Bancos Públicos do Sindicato.