Quarta, 27 Julho 2022 23:02

CEE aponta crescimento de doenças psíquicas na Caixa

Empregados cobram a criação de um Grupo de Trabalho para debater a saúde dos trabalhadores. Situação dos PCDs será tratada na próxima reunião
O movimento sindical cobrou da Caixa medidas de combate às doenças psíquicas na empresa, geradas por condições precárias e sobrecarga de trabalho, pressão e assédio moral em função de metas desumanas O movimento sindical cobrou da Caixa medidas de combate às doenças psíquicas na empresa, geradas por condições precárias e sobrecarga de trabalho, pressão e assédio moral em função de metas desumanas

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

 

A negociação dos bancários com representantes da Caixa Econômica Federal nesta quarta-feira (27) foi aberta com o coordenador da Comissão de Executiva dos Empregados (CEE), Clotário Cardoso apresentando a pesquisa realizada pela Fenae (Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa) sobre saúde e trabalho na estatal. O número de trabalhadores com doenças psíquicas na empresa é alarmante e confirma as denúncias do movimento sindical em relação às condições precárias e à sobrecarga de trabalho e o aumento da pressão e do assédio moral por metas desumanas.

“De cada dez motivos apontados para o adoecimento dos empregados os quatro  mais citados foram depressão, ansiedade, síndrome de burnout e pânico, dados que apresentamos ao banco na negociação”, explica o diretor do Sindicato do Rio Rogério Campanate.

A pesquisa foi realizada durante o período da pandemia da covid-19 quando os empregados correram risco de contágio para garantir o pagamento do auxílio emergencial à população mais vulnerável e houve uma expansão do número de contas abertas no banco.

“Mostramos que a causa do adoecimento é a deterioração das condições de trabalho e este problema antecede à pandemia, embora a crise sanitária tenha agravado ainda mais a saúde dos bancários. O assédio moral gerado pela cobrança de metas descabidas e desumanas, as reestruturações, a falta de funcionários para atender a demanda, sobrecarregando ainda mais os trabalhadores foram apontados como causadores da elevação de empregados adoecidos”, acrescenta Campanate. A estrutura deficiente, o mau funcionamento dos sistemas digitais e decisões unilaterais, sem dialogar com a representação sindical também são preocupações dos bancários da Caixa.

Programa Mais Saudável

Os representantes da empresa destacaram o programa “Caixa Mais Saudável” que mobiliza os trabalhadores para adoção de hábitos mais saudáveis, saúde preventiva e e melhoria na qualidade de vida como ações da Caixa em benefício dos empregados. A empresa citou o Gympass e a ginástica laboral, que contam com a adesão  de mais de 10 mil funcionários cada, além do Programa de Nutrição e Hábitos Saudáveis, Saúde da Mulher e o retorno da “Massagem Expresso” que envolve pelo menos mil empregados.

“Nós reconhecemos a importância destes programas, mas eles ainda atingem um público muito reduzido. Além disso, não adiantam estas medidas se o assédio moral e a pressão por metas continuarem, até porque estes programas não alcançam o maior problema apontado pelos trabalhadores, que são as doenças psíquicas”, explicou o diretor do Sindicato Sérgio Amorim.

O CEE defendeu a criação do GT (Grupo de Trabalho) “Saúde do Trabalhador” para debater esses temas. Já as questões que envolvem o Saúde Caixa tratam dos itens específicos do plano de saúde. Os representantes do banco ficaram de dar uma resposta em relação à criação do GT.

Convocação de concursados

No item sobre gestão de pessoas, a empresa apontou alguns pontos positivos, como a convocação de 500 concursados de 2014 e a implementação do “Movimenta Caixa”, para facilitar as transferências e que pretende liberar o uso de gravatas.

“Cobramos melhoria na comunicação com os trabalhadores, inclusive com os dirigentes sindicais acerca dos programas que estão em andamento”, ressaltou Campanate.

Outras demandas

A CEE reivindicou ainda a participação das entidades sindicais na formação de cipeiros , a reformulação e atualização do PCMSO (Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional) a fim de identificar a evolução do adoecimento dos trabalhadores.

Em função do avançar das horas, diversos pontos não foram debatidos no encontro, como as necessidades específicas das PCDs (Pessoas Com Deficiências), que serão tratadas na próxima mesa, marcada para o dia 2 de agosto, às 15h.

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