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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
Com informações da Contraf-CUT
Abuso de poder com atitudes de intimidação, assédio sexual contra trabalhadoras, assédio moral, até mesmo contra altos funcionários da Caixa Econômica Federal são algumas das novas acusações ao ex-presidente da empresa, após sua queda, demitido por sérios casos de assédio sexual. As denúncias foram publicadas pelo Portal Metrópoles, na quinta-feira, 30 de junho. A prática de assédio moral do executivo revela abuso de poder, atitudes de intimidação, inclusive contra funcionários do alto escalão da empresa.
"O caso assustador do ex-presidente da Caixa não é uma realidade isolada nos bancos. É cada vez maior o número de bancários vítimas de assédio moral e de mulheres que sofrem assédio sexual. O movimento sindical denuncia, há anos, estas formas de violência nos locais de trabalho”, explicou a vice-presidenta do Sindicato do Rio Kátia Branco. A sindicalista lembrou que é necessário punir qualquer um que cometa assédio sexual, que é crime e proteger as mulheres.
“Estamos cobrando investigações rigorosas das práticas que Pedro Guimarães teria cometido na Caixa, mas este problema precisa ser investigado em todos os bancos”, acrescentou Kátia.
Gritos e xingamentos
A nova reportagem do Metrópole traz gravações que mostram Guimarães alterado, aos gritos, com linguagem grosseira e chula ao se dirigir aos subordinados e os motivos da irritação quase nunca estavam ligados à questões institucionais, mas muitas vezes a interesses pessoais, como quando o Conselho da Caixa estabeleceu limites ao presidente em nomeações a conselhos do próprio banco e de empresas ligadas a ele, que ficou furioso ao saber que a norma limitava ganhos nos salários dele próprio.
Política e interesses
O ex-presidente da empresa é acusado também de ter utilizado a estrutura do banco para fazer campanha política. Pedro Guimarães era um dos nomes cotados para a vice de Jair Bolsonaro (PL) nas eleições 2022 ou para disputar um cargo no Senado ou na Câmara de Deputados, pois ele é amigo pessoal e um dos mais entusiastas aliados políticos do atual presidente da República.
Como presidente da Caixa, segundo a reportagem, ele chegou a integrar 18 conselhos, pelos quais recebia jetons da ordem de R$ 130 mil, além do salário regular de R$ 56 mil. Furioso, disse a executivos do banco que eles deveriam “se f...”. Ele ainda pede que um assessor anote o CPF de todos que participavam da reunião, feita em conferência, prometendo punição, caso as informações daquele evento vazasse.
Surtos e ameaças
Em outro áudio, Pedro orgulha-se de expressar seu poder de oprimir funcionários, sempre com palavreado inapropriado e grosseiro. “Caguei para a opinião de vocês, porque eu que mando. Não estou perguntando. Isso aqui não é uma democracia, é minha decisão”, vociferou. Em outro áudio usa termos ainda mais baixos: “Manda todo mundo tomar no c...”, xingou.
Funcionários, sob anonimato, também contam que o ex-presidente usava acareações entre os empregados da Caixa para intimidá-los e ameaçá-los de demissão. Os áudios mostram ainda muitos palavrões, termos pornográficos para humilhar os funcionários, atacando a autoestima das pessoas.
Há denúncias ainda de que Pedro Guimarães tinha surtos, com socos em aparelho de TV e que ele teria chegado a danificar computador e arremessar um celular funcional contra a parede, além de outros acessos de raiva.