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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
O ator, humorista, roteirista e escritor Gregório Duvivier, abriu sua participação no segundo dia do 38º Conecef, nesta sexta-feira(10) dizendo que sente uma “inveja” dos bancários porque eles lutam contra os banqueiros. Criticou o vídeo divulgado pelo presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Junior, em que o banqueiro elogia o Exército Brasileiro e diz que no quartel aprendeu que “missão dada é missão cumprida”. Duvivier ironizou a fala de que “o soldado Lazari continua de prontidão”, uma mensagem clara de que o banqueiro estaria de “prontidão” para ajudar num golpe militar, afinado com os arroubos e ameaças do presidente Jair Bolsonaro contra a democracia.
O ator debochou do fato de o Bradesco ter negado que o vídeo seja institucional. “O cara usa o espaço da presidência do Bradesco, fala dos43 anos que trabalha no Bradesco e o banco diz que não tem nada a ver com isso’.
“O soldado 939 Lazari, ao seu comando, continua de prontidão” foi mais uma expressão usada pelo banqueiro, sinalizando seu apoio à reeleição do governo militarizado de Bolsonaro.
Defender a democracia
Duvivier alerta que muita gente acha que a democracia foi ganha e que é preciso defendê-la cotidianamente.
“Precisamos ter o compromisso de lutar pela democracia hoje, amanhã e sempre.“A democracia é uma pedra que a gente empurra ladeira acima e, de repente, ela rola pra baixo e temos que empurrá-la novamente”, disse,.
Lembrou que dá trabalho preservar o sistema democrático. “A democracia dá muito trabalho. Ela não se ganha, precisa ser disputada diariamente no nosso cotidiano”, afirmou.
Segundo o artista, um dos criadores do Porta dos Fundos, na democracia, os empecilhos não são apenas eleitorais, mas também geográficos e citou como exemplo a cidade do Rio de Janeiro, onde grande parte dos territórios é dominada pela milícia, lembrando que, “numa democracia, as pessoas armadas estão a serviço e obedecem as pessoas desarmadas” e não o contrário.
Duvivier acredita que o golpe não será dessa vez com tanques no Congresso Nacional. “O golpe já começou quando um CEO do Bradesco dá o depoimento que deu em apoio ao Exército, ou quando os militares ocupam os ministérios e podem fazer o que quiserem, inclusive comprar próteses”, disse, numa crítica bem-humorada.