Quinta, 09 Junho 2022 14:23
CONJUNTURA

Deputada Érika Kokay defende retomada do desenvolvimento e defesa da democracia

Parlamentar do PT critica rentismo e privatizações e defende a volta de Lula à presidência da República
A deputada Érika Kokay (PT-DF) defendeu a volta de Lula à presidência da República como saída para a recuperação econõmica do país A deputada Érika Kokay (PT-DF) defendeu a volta de Lula à presidência da República como saída para a recuperação econõmica do país Foto: Câmara dos Deputados

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

 

A deputada Federal Érika Kokay (PT-DF) fez duras críticas ao governo Jair Bolsonaro e ao modelo econômico rentista do Brasil dominado pelo sistema financeiro privado. As afirmações foram feitas em sua participação no 38º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa, realizado em São Paulo. nesta quinta-feira (9). O evento está sendo transmitido também por meio virtual.

A parlamentar lembrou dos seguidos golpes no país, como o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, a prisão injusta de Lula e agora as ameaças de Bolsonaro às instituições como um risco real contra a democracia.

“O governo prepara uma resposta a uma possível derrota nas eleições deste ano”, denunciou. Lembrou que Bolsonaro fez uma tentativa de golpe no dia 7 de setembro deste ano, mas não conseguiu e recuou e disse que o atual presidente vai tentar novamente um golpe ao questionar o processo eleitoral.

Capitalismo rentista

Kokay criticou também a ausência de compromisso com o desenvolvimento do país por parte dos bancos privados.
“O acúmulo de capital pelo rentismo não precisa do mercado interno, de infraestrutura, não precisa de produção. O capitalismo rentista não precisa de energia, de petróleo, porque não produz nada”, declarou, justificando porque o atual governo, à serviço dos bancos privados, tem tanta pressa em privatizar estatais, como a Eletrobras e, inclusive, os bancos públicos.

“O processo de venda Eletrobras descumpriu as recomendações dos técnicos do TCU – Tribunal de Contas da União - para privatizar às pressas. Não há informações claras dos efeitos da venda da empresa”, criticou.

Citou que, nos EUA, as hidrelétricas são protegidas pelo Exército americano porque o setor é fundamental para o desenvolvimento  e soberania e para a vida da população. Lamentou o fato de que brasileiros pobres do interior tiveram o rosto queimado porque voltaram a usar lamparinas, em função do alto custo da energia elétrica para os consumidores.  

“O governo vendeu R$400 bilhões de ativos da Eletrobras por um preço irrisório”, denunciou. 

A parlamentar criticou a política de preços dos combustíveis pelo governo, “A Petrobras pratica os preços em paridade com o dólar e o governo reduziu a capacidade de refino e ainda tentou vender refinarias, aproveitando a norma que diz que subsidiárias não precisam passar pelo parlamento”, explicou.  

“Essa política de preços não se justifica. O governo faz de tudo para proteger os lucros dos grandes acionistas”, acrescentou.  

"O Conselho de administração e presidência da Petrobras são indicados pelo próprio governo e Bolsonaro age como se não tivesse nada a ver com isso, bocifera, elege inimigos imaginários e terceiriza a responsabilidade".

Banco digital x Caixa

A deputada petista, que é ex-funcionária da Caixa, lembrou que o governo criou um Banco digital para disputar com a própria estatal para enfraquecer o banco a fim de privatizar a estatal que tem um papel social fundamental no país, como foi comporvado no pagamento do auxílio emergencial para a população pobre durante a pandemia. 

A volta da fome

Érika Kokay disse que o negacionismo de Bolsonaro não é apenas contra a ciência, mas usado também para o presidente da República não assumir a sua responsabilidade pela tragédia econômica e social em seu governo.

“O governo nega a própria realidade e constrói uma narrativa para não se responsabilizar pelos 33 milhões de brasileiros com fome. Foram 14 milhões a mais em dois anos e 58,7% das pessoas estão em situação de insegurança alimentar”.  Criticou ainda a retirada de conquistas trabalhistas com as reformas trabalhistas e da previdência dizendo que a democracia não resiste sem direitos.  

Dados oficiais confirmam as afirmações da deputada: o governo Bolsonaro é o primeiro na história a entregar o salário mínimo com valor real menor do que quando assumiu sua gestão.

Não é crise, é projeto

Érika Kokay disse que o problema ambiental e na educação são partes de um projeto das elites brasileiras.  “Não há uma crise ambiental e educacional, mas um projeto como dizia Darcy Ribeiro, em curso no Brasil para servir aos interesses do capital”, ressaltou.  

Denunciou também a falta de transparência no atual governo.  

“O que explica manter em sigilo os gastos do presidente da República com o cartão corporativo? Bolsonaro tem que estar sempre na escuridão, na clandestinidade e quando se joga a luz vemos próteses e viagras com preços superfaturados. É um governo subterrâneo que quer capturar o estado”.

Caixa em perigo

Kokay disse que a Caixa Econômica Federal corre muitos riscos ainda neste final do atual governo, “A Câmara dos Deputados aprovou a quebra do monopólio do penhor pela Caixa. A empresa tem a expertise neste setor com o monopólio desde 1969”, justificou.  

“Eles sabem que perderam as eleições e por isso o governo tem essa voracidade sobre as instituições públicas. Temos que enfrentar estes desafios. No ano que vem vamos subir a rampa do Palácio do Planalto e devolver a bandeira nacional, que está manchada de sangue, ao povo brasileiro e devolver a faixa presidencial a Luiz Inácio Lula da Silva”, concluiu.

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