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Imprensa SeebRio
Em sua palestra sobre “Qual o sistema para qual projeto de desenvolvimento”, no Encontro Estadual dos Empregados da CEF, neste sábado (4/6), Fernando Amorim, economista do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), disse que as instituições financeiras públicas são fundamentais para o desenvolvimento econômico.
Explicou que bancos como a Caixa, o Banco do Brasil e o BNDES, por exemplo, são instituições necessárias para a operacionalização das políticas públicas e o financiamento de projetos de desenvolvimento. “O crédito ofertado pelos bancos públicos, por exemplo, muito contribui para reduzir desigualdades regionais. Um plano de desenvolvimento eficaz deve reunir instituições capazes de apoiar as políticas públicas de desenvolvimento”, ressaltou.
Lembrou que os bancos públicos são responsáveis por 46% das operações de crédito no país, inclusive em regiões mais pobres, que não interessam aos bancos privados. Disse ainda que 80,4% (608,8 bilhões) do crédito imobiliário foram ofertados por bancos públicos; bem como 71% do crédito rural; que os públicos têm 45,6% das agências e 62% da poupança do país.
Para Fernando Amorim não tem como o Brasil abrir mão dos bancos públicos. Avaliou que na visão do governo atual não há porque existir banco público.
“Se existir, pela dificuldade de privatizá-los, devem ser geridos como banco privado. O governo, em vez de utilizar a institucionalidade estatal brasileira de forma eficiente e direcionada, aproveitando a experiência acumulada por décadas, desorganiza a administração pública e se desfaz dos principais ativos a preços vis, sob a falsa promessa de que os capitais privados liderarão novo processo de investimentos e desenvolvimento tecnológico, econômico e social”, disse.
Mas lembrou que essa promessa nunca se efetivou em qualquer momento da história brasileira e não há nenhuma razão para se acreditar que agora se concretizará. Disse que houve um aumento do crédito concedido a pessoas físicas, mas que não foi destinado ao aumento do consumo, o que seria positivo, mas ao pagamento de dívidas já existentes.