Sexta, 22 Outubro 2021 22:17

CEE/Caixa critica sobrecarga de trabalho, metas desumanas e volta precipitada ao presencial

Empregados criticam ainda condições precárias nas unidades e dificuldades em novos modelos de atendimento
Os representantes da CEE cobraram da direção da Caixa melhores condições de trabalho e criticaram o retorno precipitado ao presencial Os representantes da CEE cobraram da direção da Caixa melhores condições de trabalho e criticaram o retorno precipitado ao presencial

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

Informações do site da Contraf-CUT

 

A Comissão Executiva de Empregados Caixa (CEE/Caixa) e a direção do banco se reuniram nesta sexta-feira (22) para debater as demandas dos bancários referentes às condições de trabalho.

Os representantes dos trabalhadores abriram o encontro criticando o fato de a direção do banco não atender as reivindicações dos bancários e relataram que os empregados estão adoecendo com as condições precárias de trabalho.

 

Atendimento por WhatsApp

Os bancários debateram também o “Interaxa”, a ferramenta de interação com o cliente por meio do whatsapp. Os empregados alegam dificuldades no atendimento devido à necessidade de domínio de diferentes assuntos para prestar esclarecimentos ao cliente. Muitas vezes necessitam de suporte dos gerentes, que também estão em atendimento. Há reclamações ainda sobre o atendimento simultâneo através do meio digital e o modelo presencial e que o horário de funcionamento ultrapassa a carga horária de trabalho.

A sugestão do banco de realizar atendimento presencial intercalado com o do Interexa foi criticada pelos integrantes da CEE.

“Tenho a impressão que o banco não entendeu os motivos que justificam nossa insistência em cobrar mesa de negociação para tratar esse assunto. Se pautamos é porque os empregados não estão conseguindo resolver o problema. O planejamento e as soluções apontadas pelo banco não refletem a realidade diária dos empregados, que devem fazer várias coisas ao mesmo tempo. Isso é desumano, assédio moral e as pessoas estão adoecendo por causa disso”, ressaltou o diretor do Sindicato do Rio, Rogério Campanate.

A falta da contratação de novos funcionários concursados foi apontada como uma das causas da sobrecarga de trabalho nas agências.

Equipamentos precários

Há muitas queixas dos empregados também sobre as péssimas condições dos materiais de trabalho, muitos deles danificados, como computadores, mouses, teclados e outros equipamentos periféricos. O banco informou que acionará as equipes regionais para a troca dos equipamentos.  

Os novos empregados, admitidos recentemente, reclamaram da dificuldade em cumprir determinadas rotinas por não conseguirem obter o certificado digital. A Caixa avisou que o problema foi resolvido no último dia 20.

Equipes de apoio

Fabiana Uehara, coordenadora do CEE/Caixa solicitou a manutenção das equipes de apoio, como vigilantes, recepcionistas, e trabalhadores que ajudam no apoio em caixas eletrônicos e recepção nas agências, alegando que estes trabalhadores ajudam muito aos empregados no dia a dia das unidades e, no caso dos vigilantes, garantem mais segurança para bancários e clientes.

A Caixa respondeu que este pessoal foi contratado temporariamente e a Comissão cobrou que a empresa reveja estas dispensas.

Retorno presencial

O retorno ao trabalho presencial dos trabalhadores que estão em home office é uma das maiores preocupações da categoria bancária. A Comissão criticou o fato de o banco tomar a decisão sem qualquer debate com a representação dos empregados, inclusive em relação aos novos protocolos de prevenção. “Defendemos o retorno às unidades físicas somente quando 70% da população brasileira estiver com o quadro vacinal completo, conforme orientam os sanitaristas. Para direção da Caixa, a justificativa é a de que outros bancos e empresas já voltaram. Ou seja, não importa o que diz a ciência, mas sim, uma pesquisa que fizeram no mercado. Não tratam os empregados como pessoas, mas como meros recursos humanos conclui Campanate.

Conselho de Administração

A Comissão cobrou ainda uma posição do banco sobre a eleição do Conselho de Administração, já que ainda não houve sequer a divulgação da comissão eleitoral nem o calendário de atividades. O pleito precisa ser realizado 150 dias antes do vencimento do atual mandato.

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